Alguns dados para clarificar as confusões entre o Halloween anglo-saxónico e o Pão Por Deus e a celebração de Todos os Santos e, Portugal.
Os factos demonstram-nos que as festividades de Halloween tiveram origem na Idade Média, como uma vigília observada pelos católicos na véspera do dia de todos os Santos no dia 1 de novembro.
Tem sido comum e aceite por todos que as suas raízes vão até mais longe no passado, até ao tempo de um festival pagão conhecido como Samhain ( Summer’s end), sobre o qual de facto se sabe muito pouco. Diz-se que na época pré-histórica se celebrava o fim do verão e o início do inverno, e que as festividades se compunham de festejos, piras de madeira incendiadas, sacrifícios e homenagem dos mortos.
No entanto, apesar de algumas semelhanças, não há praticamente provas da continuidade histórica do Samhain para o Halloweeen medieval. Alguns historiadores modernos recusam a ideia de que a Igreja Católica tenha criado o dia de todos os santos em 1 de novembro para aproveitar o festival pagão e cristianizar o povo pagão.
Steve Roud, um desses historiadores, diz que "de facto o festival de Samhain, com o significado de Summer's End ( fim do Verão), era um dos dias mais importantes do calendário medieval irlandês, e havia a crença de que esta era a altura do ano em que os mundos físico e sobrenatural se tocavam e que coisas mágicas podiam acontecer”. Mas estes factos, muito intensos na Irlanda, não têm qualquer ligação com o País de Gales, nem com a Escócia. E muito menos com Inglaterra.
No entanto é comum ouvir-se a explicação da origem do Dia de Todos os Santos nas tradições Celtas. Há dois mil anos os celtas habitavam a Inglaterra, Irlanda, França e Península Ibérica. Costumavam comemorar o Dia de Ano Novo a 1 de Novembro.
Para eles era o fim do Verão, das colheitas e o início dos Invernos escuros, com tempestades e muito frio. Era nesta altura do ano que a população celta sofria mais mortes, por causa do tempo. Por isso, os druidas (os seus sacerdotes) acreditavam que a noite de 31 de Outubro era uma espécie de abertura da passagem entre a vida e a morte.
Assim, pensavam que nessa noite os fantasmas do mundo da morte andavam à solta na Terra em busca de alimento e por isso faziam fogueiras no alto das colinas para os afastar. Tudo começava na noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro.
Essa noite chamava-se a "noite dos distúrbios". Dizia-se que era a noite em que os mortos saíam à rua, à procura de almas para levar com eles. Por isso as pessoas costumavam fazer coisas muito estranhas para não serem levadas pelas almas penadas que erravam pelo mundo à espera do Dia do Juízo Final.
Uma das lendas sobre essa festa tem origem celta e diz que os espíritos dos que morreram naquele ano voltariam à procura de corpos vivos para os possuir e usar pelo próximo ano. Os celtas acreditavam ser a única hipótese de ter vida depois da morte.
Claro que os vivos não queriam ser possuídos pelos mortos que queriam continuar a andar pela Terra! Ficavam a ser mortos-vivos, "zombies" ou almas penadas!
Por exemplo, no norte do nosso país os rapazes das aldeias levavam os carros de bois até ao alto de um monte, carregavam-nos com lenha e faziam uma grande fogueira no largo da povoação onde assavam castanhas e saltavam por cima da fogueira.
O costume de saltar fogueiras tem milhares de anos de existência. Serve para afastar o mal e mostrar que se tem muita coragem!
Então na noite do dia 31 de Outubro, as pessoas apagavam a iluminação e o lume das suas casas, para que se tornassem frias e desagradáveis, colocavam disfarces de monstros e iam para a rua fazer barulho, para assustar e afastar os espíritos...
Essa noite era chamada de "Samhain", o "Dia das Almas". Além de causarem problemas e prejudicarem as colheitas, os celtas acreditavam que a presença dos espíritos auxiliavam as adivinhações dos druidas.
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