Reformas versus corporações e populismos.
Agora e no embate maior de 2018
Jarbas de Hollanda
D
eixada para trás a segunda denúncia do ex-chefe da
Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot, contra
o mandato do presidente Michel Temer, e superados os
maiores riscos institucionais por ela gerados, temos à frente –
daqui até às eleições do próximo ano – um complexo e tenso cená-
rio dominado pelo confronto em torno de medidas e propostas
para enfrentamento da aguda crise fiscal do país e para reformas
da economia entre seus apoiadores e forças corporativas e popu-
listas (de apelo esquerdista ou direitista), com reações agressiva-
mente contrárias.
Tais reações à agenda reformista (corretamente reassumida
como prioritária pelo presidente da República), que vão juntar
grande parte da elite do funcionalismo com os autointitulados
“movimentos sociais”, a rigor antissociais, terão seus alcance e
legitimidade esvaziados pela crescente evidência do imperativo de
respostas – duras mas essenciais – à dramática crise fiscal legada
pelo lulopetismo ao atual governo: de uma dívida pública bruta
que aumenta R$ 50 bilhões, a cada ano, até a explosão da crimi-
nalidade (sobretudo mas não só no Rio de Janeiro) como um dos
múltiplos efeitos dessa crise nos governos das três esferas
político-administrativas.
A cobrança das referidas respostas vai passando a ser feita não
apenas pelo conjunto do empresariado mas também por muitos
segmentos da população, de par com um progressivo reconheci-
mento dos ganhos já conseguidos: o fim da recessão com um PIB
positivo, a queda da inflação e dos juros básicos, reversão do desem-
prego, o desmonte do custosíssimo e corrupto gigantismo estatal,
com o saneamento da Petrobras e a privatização da Eletrobras.
Ignorando os enormes custos econômicos, sociais e éticos da
desastrosa herança dos governos petistas e na contramão dessa
cobrança, o ex-presidente Lula, em suas caravanas de “perse-
guido do juiz Sérgio Moro”, propõe um referendo para anulação
das medidas de ajuste fiscal, como o teto de gastos estatais, e das
reformas já institucionalizadas e em tramitação no Congresso,
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