convidado para criar uma personagem para os quadrinhos.
Baseando-se na mitologia grega, a partir das Amazonas e de
deusas: “Bela como Afrodite, sagaz como Atena, dotada da veloci-
dade de Mercúrio e da força de Hércules, nós a conhecemos como
Mulher-Maravilha” (Star-Comics, dezembro de 1941). Marston
criou a personagem e H.G. Peter foi o primeiro desenhista da prin-
cesa Diana de Temíscira, criada em uma ilha utópica habitada só
por mulheres, nascida de uma escultura de barro esculpida pela
rainha Hipólita, cuja vida teria sido dada por Zeus, e que se torna-
ria a Mulher-Maravilha quando moça ao viver o mundo dos homens
e das guerras.
As mulheres de Marston
Marston escreveu para 28 edições, até sua morte em 1947.
Como professor de Psicologia em Harvard, por onde se formou,
estudando em vários departamentos (Psicologia, História, Filoso-
fia e Direito), se notabilizou pela invenção de um detector de
mentiras, o que sugeriu o laço mágico da verdade usado por
Mulher-Maravilha. Fã das sufragistas, William foi casado com
Sadie Elizabeth Holloway, que tentou cursar Harvard, mas a
universidade não aceitava mulheres, se formando em escola femi-
nina, mas sendo uma parceira inseparável de Marston. Holloway
usava braceletes, era ativista da luta das mulheres e lia Safo no
original grego. Pode até ter inspirado não só a personagem, como
também, por exemplo, uma expressão empregada pela super-he-
roína: “Safo sofredora!”.
Sadie Holloway formou-se em Mount Holyoke, em 1915. Como diz
a historiadora Jill Lapore, a mais importante estudiosa sobre a
Mulher-Maravilha, autora do excelente A história secreta da Mulher
-Maravilha (publicado em tradução para o português pela Editora
Best-Seller): Sadie “havia cortado o cabelo. Por baixo do cabelo,
usava corte Chanel com os cachos talhados logo acima da nuca”, em
moda tida como inspirada nas revolucionárias russas. Eles se casam
em 1915, mas logo ele se alista no exército para participar da guerra.
Com o término da guerra, já em setembro de 1919, “Marston matri-
culou-se no doutorado em filosofia de Harvard; Holoway, grávida de
cinco meses, matriculou-se no mestrado de Radcliff” . Em 1925,
Marston conhece uma jovem aluna, que se torna posteriormente sua
assistente, Olive Byrne: sofisticada, rebelde, sobrinha de uma femi-
nista famosa, tornou-se companheira do casal Marston-Holloway;
Mulher-maravilha – mito e história
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