O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 71

1. Brasil e BRICS Estado, em 02/12/2009, informa sobre conversas entre o senador José Serra (PSDB) e lobistas do petróleo, visando reverter o regi- me de exploração do pré-sal [106]. Patricia Pradal, mencionada na mensagem, era diretora de Desenvolvimento de Negócios da petroleira norte-americana Chevron e também diretora do Instituto Brasileiro para o Petró- leo (IBP). Assim afirma o documento: Segundo Pradal, do Instituto Brasileiro de Petróleo, o provável can- didato presidencial do PSDB em 2010 José Serra se opôs à estrutura [do marco regulatório], mas parecia não ter um senso de urgência sobre o assunto. Ela o citou dizendo aos representantes da indústria: “Deixe que esses caras (do Partido dos Trabalhadores) façam o que quiserem. Não haverá rodadas de licitação, e então mostraremos a todos que o modelo antigo funcionou... E vamos mudá-lo de volta.” 22 (AMCONSUL RIO DE JANEIRO, 2009 – colchete nosso) [107] As petroleiras esperavam, contudo, não apenas uma emen- da ao projeto, mas a derrota da nova lei como um todo e a reedi- ção do modelo anterior de concessão. Estabelecido em 1997, tal regime garantia às empresas vencedoras o direito de propriedade do petró- leo e do gás natural extraídos após o pagamento das taxações, como os tributos incidentes sobre a renda (imposto de renda, contribui- ções etc.), participações governamentais e a taxa de ocupação da área. Ou seja, após o pagamento dos tributos devidos, a empresa pri- vada possuía direito sob todo o óleo produzido. (LEÃO, 2017) [108] Entretanto, o que as petroleiras estrangerias queriam não aconteceu, pois o projeto defendido pelo Governo Lula foi apro- vado no Congresso. José Serra, por sua vez, negou ter feito as afirmações que apareceram no referido documento. 70 de 382