O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 48

1. Brasil e BRICS
Muito menos que o Mercosul e a Comunidade Andina seguissem avançando, com o apoio do Brasil e da Venezuela, na efetivação da Unasul – União das Nações Sul-Americanas, formada por 12 países( Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), com ações nos segmentos de educação, cultura, infraestrutura, energia, ciências e finanças, colocando em funcionamento o Conselho de Defesa da América do Sul, o Parlamento Sulamericano e o Banco do Sul.
Por esses e outros motivos, a Petrobras se tornou um alvo estratégico para a intervenção norte-americana. Vejamos, passo a passo, o desenrolar dos acontecimentos.
1.5.1. Embaixada dos EUA: mediação para alterar o marco regulatório do pré-sal
Antecedentes a) Descoberta e Regulação da Exploração do Pré-Sal
Em 2006, o Brasil anunciou a descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo e gás natural, abaixo do leito do mar na camada pré-sal, ao longo da costa brasileira entre o Espírito Santo e Santa Catarina, com um volume estimado em 176 bilhões de barris( GANDRA, 2015) [ 56 ].
Na época, não havia tecnologia e processos apropriados para explorá-la de maneira rentável. Mas, em alguns anos, a Petrobras desenvolveu essas condições.
Para a exploração dessas jazidas, o Governo Lula propôs um regime específico que deu à Petrobras a exclusividade como operadora, assegurando-lhe o controle de custos e do processo da operação em todos os blocos, determinou a sua participação mínima em 30 % dos investimentos neles realizados e a partilha do óleo extraído. Tais medidas contrariavam os interesses das empresas petrolíferas estrangerias que, na prática, ficariam
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