O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 138

1. Brasil e BRICS na produção nacional de petróleo e gás natural. No geral, o número de sondas internacionais caiu cerca de 32%, de acordo com um re- latório recente do Citi Research, uma divisão do Citigroup Global Markets. 74 (KRAUSS, 2016) [280] [colchete nosso] Assim, a dificuldade em substituir reservas da Exxon Mobil foi equacionada com a tábua de salvação encontrada, a privatiza- ção do pré-sal brasileiro, fruto do golpe de estado no Brasil, para o qual os coordenadores locais do Studentes For Liberty tiveram um relevante papel, difundindo a ideologia da privatização da Petrobras. Por outro lado, a elevação do preço dos combustíveis no Bra- sil e a redução proposital da ocupação da capacidade instalada das refinarias da Petrobras a partir do golpe, assegurou o aumento de importações de óleo diesel dos Estados Unidos – como veremos nas Seções 1.20.4 e 2.4 – contribuindo para gerar postos de traba- lho no setor petrolífero norte-americano enquanto gera ociosida- de da capacidade instalada das refinarias no Brasil, o que resulta em desemprego no setor petrolífero brasileiro. Sobre as Obrigações da Petrobras A argumentação da existência de uma crise na Petrobras – propagada pelas grandes mídias – se movia numa confusão contá- bil, ao tratar das obrigações, dívidas e investimentos da empresa. As obrigações tanto podem ser dívidas de curto e médio prazo quanto compromissos de longo prazo, associadas a inves- timentos que expandem os resultados da empresa. Em linhas gerais, a realização de investimento gera obriga- ções que são cobertas com o próprio retorno da atividade. As- sim, quando o retorno do investimento sustenta o pagamento da antecipação obtida para a realizar o próprio investimento, a si- tuação da empresa é saudável, pois as obrigações a pagar estarão cobertas pelo caixa da empresa. Não se pode confundir, portanto, a totalidade das obriga- ções de uma empresa com as dívidas a vencer no curto prazo, 137 de 382