O Desejado de Todas as Nacões por Ellen G. White 1 | Page 353

a morte , mas não alcançaram esse objetivo , porque Lhe restava ainda algum do tempo que Lhe estava determinado . Durante esse tempo , Jesus tinha a guarda dos anjos celestiais , e mesmo nas regiões da Judéia , onde os rabis estavam tramando a maneira de se apoderar dEle e entregá-Lo à morte , mal algum Lhe poderia sobrevir . Os discípulos maravilharamse às palavras de Cristo , quando disse : “ Lázaro está morto ; e folgo [...] que Eu lá não estivesse ”. João 11:14 , 15 . Esquivar-Se-ia o Salvador , por Sua própria vontade , do lar de Seus amigos em sofrimento ? Aparentemente . Maria , Marta e o moribundo
Lázaro foram deixados sós . Mas não estavam sós . Cristo testemunhou toda a cena e , depois da morte de Lázaro , Sua graça susteve as desoladas irmãs . Jesus testemunhou a dor de seus despedaçados corações , ao lutar o irmão contra o poderoso inimigo — a morte . Sentiu todo o transe da agonia , quando disse aos discípulos : “ Lázaro o nosso amigo , dorme .” Mas Cristo não tinha somente os amados de Betânia em quem pensar ; o preparo de Seus discípulos exigia-Lhe a consideração . Deviam ser Seus representantes perante o mundo , para que a bênção do Pai a todos pudesse abranger . Por amor deles permitiu que Lázaro morresse . Houvesse-o Ele restabelecido à saúde , e não se teria realizado o milagre que é a mais positiva prova de Seu caráter divino . Se Cristo Se achara no quarto do doente , este não teria morrido ; pois Satanás nenhum poder sobre ele exerceria . A morte não alvejaria a Lázaro com seu dardo , em presença do Doador da vida . Portanto , Cristo Se conservou distante . Consentiu que o maligno exercesse seu poder , a fim de o fazer recuar como um inimigo vencido . Permitiu que Lázaro passasse pelo poder da morte ; e as consternadas irmãs viram seu amado ser deposto no sepulcro .
Cristo sabia que ao contemplarem o rosto inanimado do irmão , severa seria a prova de sua fé no Redentor . Mas sabia que , em virtude da luta por que estavam então passando essa fé resplandeceria com brilho incomparavelmente maior . Sofreu cada transe da dor que padeceram . Não os amava menos , pelo fato de demorar-Se ; mas sabia que por elas , por Lázaro , por Ele próprio e os discípulos , deveria ser obtida uma vitória . “ Por amor de vós ”, “ para que acrediteis .” A todos quantos estão buscando sentir a mão guiadora de Deus , o momento do maior desânimo é justamente aquele em que mais perto está o divino auxílio . Olharão para trás com reconhecimento , à parte mais sombria do caminho que percorreram . “ Assim sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos ”. 2 Pedro 2:9 .
De toda tentação e de toda prova , tirá-los-á Ele com mais firme fé e mais rica experiência . Retardando Sua ida para junto de Lázaro , tinha Cristo um desígnio de misericórdia para com os que O não receberam . Demorou-Se para que , erguendo Lázaro dos mortos , pudesse dar a Seu incrédulo , obstinado povo , outra prova de que era na verdade “ a ressurreição e a vida ”. Custava-Lhe renunciar a toda esperança quanto ao povo , as pobres , extraviadas ovelhas da casa de Israel . Partia-se-Lhe o coração por causa da sua impenitência . Determinou , em Sua misericórdia , dar mais uma prova de que era o
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