O Desejado de Todas as Nacões por Ellen G. White 1 | Page 243

Jesus promete aquilo que é incomparavelmente melhor que os bens terrestres — o permanente conforto de Sua presença . Alimentando os cinco mil , Jesus ergue o véu do mundo da natureza e manifesta o poder em contínuo exercício para nosso bem . Na produção da colheita da Terra , Deus opera diário milagre . Realiza-se , mediante agentes naturais , a mesma obra que se efetuou na alimentação da massa . O homem prepara o solo e lança a semente , mas é a vida de Deus que faz com que ela germine . É a chuva , o ar , o sol de Deus que a levam a frutificar — “ primeiro a erva , depois a espiga , por último o grão cheio na espiga ”. Marcos 4:28 .
É Deus quem alimenta cada dia milhões , dos campos de colheita da Terra . Os homens são chamados a cooperar com Ele no cuidado do cereal e no preparo do pão e , por causa disso , perdem de vista a ação divina . Não Lhe dão a glória devida a Seu santo nome . A operação de Seu poder é atribuída a causas naturais , ou a agentes humanos . O homem é glorificado em lugar de Deus , e Seus graciosos dons pervertidos para empregos egoístas , transformados em maldição em lugar de bênção . Deus está procurando mudar tudo isso . Deseja que nossas adormecidas percepções despertem para discernir sua compassiva bondade , e glorificá-Lo pela operação de Seu poder . Deseja que o reconheçamos em Seus dons , a fim de que estes sejam , segundo o intentava , uma bênção para nós . Era para cumprir esse desígnio que se realizavam os milagres de Cristo . Depois de alimentada a multidão , havia ainda abundância de comida . Mas Aquele que dispunha de todos os recursos do infinito poder , disse : “ Recolhei os pedaços que sobejaram para que nada se perca .”
Essas palavras significam mais do que pôr o pão nos cestos . A lição era dupla . Coisa alguma se deve perder . Não devemos deixar escapar nenhuma vantagem temporal . Não devemos negligenciar nada que possa beneficiar um ser humano . Reúna-se tudo que diminua a necessidade dos famintos da Terra . E o mesmo cuidado deve presidir às coisas espirituais . Ao serem recolhidos os cestos de fragmentos , o povo pensou em seus queridos em casa . Queriam que participassem do pão que Cristo abençoara . O conteúdo dos cestos foi distribuído entre a ansiosa turba , sendo levado em todas as direções ao redor . Assim os que se tinham achado no banquete deviam levar a outros o pão que desce do Céu , para satisfazer a fome da alma . Cumpria-lhes repetir o que haviam aprendido das maravilhosas coisas de Deus . Coisa alguma se devia perder . Nenhuma palavra que dizia respeito a sua salvação eterna devia cair inútil . O milagre dos pães ensina uma lição de confiança em Deus .
Quando Cristo alimentou os cinco mil , o alimento não se achava ali à mão . Aparentemente , Ele não tinha recursos ao Seu dispor . Ali estava , com cinco mil homens , além de mulheres e crianças , num lugar deserto . Não convidara a grande multidão a segui- Lo , tinham ido sem convite ou ordem ; mas Ele sabia que , depois de haverem escutado por tão longo tempo as Suas instruções , haviam de sentir-se famintos e desfalecidos ; pois partilhava com o povo da necessidade de alimento . Achavam-se distantes de casa , e a noite
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