O Desejado de Todas as Nacões por Ellen G. White 1 | Page 242

Jesus indagou quanto alimento se encontraria entre a multidão . “ Está aqui um rapaz ”, disse André , “ que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos ; mas que é isto para tantos ?” Jesus ordenou que os mesmos Lhe fossem trazidos . Pediu então aos discípulos que fizessem o povo assentar-se na relva , em grupos de cinqüenta ou de cem , para manter a ordem , e todos poderem ver o que Ele estava para realizar . Feito isto , Jesus tomou os alimentos , “ e olhando para o céu , abençoou-os , e partiu-os , e deu-os aos Seus discípulos para os porem diante da multidão ”. “ E comeram todos , e ficaram fartos , e levantaram doze cestos de pedaços de pão e de peixe .”
Aquele que ensinou ao povo o meio de conseguir a paz e a felicidade , era tão solícito por suas necessidades materiais como pelas espirituais . O povo estava cansado e fraco . Havia mães com criancinhas nos braços , e pequenos pendurados às saias . Muitos tinham permanecido de pé por horas . Haviam estado tão intensamente interessados nas palavras de Cristo , que nem uma vez pensaram em sentar-se e era tão grande a multidão que havia perigo de pisarem-se uns aos outros . Jesus lhes deu oportunidade de descansar , mandandoos sentar-se . Havia no lugar muita relva , e todos podiam repousar confortavelmente . Cristo nunca operou um milagre , senão para satisfazer uma necessidade real , e todo milagre era de molde a dirigir o povo à árvore da vida , cujas folhas são para cura das nações .
A simples refeição passada em torno , pela mão dos discípulos , encerra todo um tesouro e lições . Era um modesto artigo , o que se proporcionou ; os peixes e os pães de cevada eram o alimento diário dos pescadores dos arredores do Mar da Galiléia . Cristo poderia haver exibido diante do povo um rico banquete , mas a comida preparada para a mera satisfação do apetite não teria transmitido nenhuma lição para benefício deles . Jesus lhes ensinou nesta lição que as naturais provisões de Deus para o homem foram pervertidas . E nunca se deliciou alguém com os luxuosos banquetes preparados para satisfação do pervertido gosto , como esse povo fruiu o descanso e a simples refeição proporcionada por Cristo , tão longe de habitações humanas . Se os homens fossem hoje em dia simples em seus hábitos , vivendo em harmonia com as leis da natureza , como faziam Adão e Eva no princípio , haveria abundante provisão para as necessidades da família humana . Haveria menos necessidades imaginárias , e mais oportunidades de trabalhar em harmonia com os desígnios de Deus . Mas o egoísmo e a condescendência com os gostos naturais têm trazido pecado e miséria ao mundo , por excesso de um lado e carência de outro .
Jesus não procurava atrair a Si o povo mediante a satisfação do desejo de luxo . Àquela grande massa , fatigada e faminta depois de longo e emocionante dia , a singela refeição era uma prova , não somente de Seu poder , mas do terno cuidado que tinha para com eles quanto às necessidades comuns da vida . O Salvador não prometeu a Seus seguidores os luxos do mundo ; sua manutenção pode ser simples e mesmo escassa ; sua sorte se pode limitar à pobreza ; mas Sua palavra está empenhada quanto à satisfação das necessidades deles , e
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