O Desejado de Todas as Nacões por Ellen G. White 1 | Page 149

profeta . Foi pela mesma razão que , nos dias de Eliseu , os leprosos de Israel foram passados por alto .
Mas Naamã , um nobre pagão , fora fiel a suas convicções do que era direito , e sentira sua grande necessidade de auxílio . Achava-se em condições de receber os dons da graça de Deus . Não somente foi curado da lepra , mas abençoado com o conhecimento do verdadeiro Deus . Nossa posição diante de Deus depende , não da quantidade de luz que temos recebido , mas do uso que fazemos da que possuímos . Assim , mesmo o pagão que prefere o direito , na proporção em que lhe é possível distingui-lo , acha-se em condições mais favoráveis do que os que têm grande luz e professam servir a Deus , mas desatendem a essa luz , e por sua vida diária contradizem sua profissão de fé . As palavras de Jesus a Seus ouvintes na sinagoga foram um golpe na raiz de sua justiça própria , impressionandoos com a atroz verdade de que se haviam separado de Deus , e perdido o direito de ser Seu povo . Cada palavra cortava como faca , ao ser-lhes apresentada sua verdadeira condição . Zombavam agora da fé que , a princípio , Jesus lhes inspirara . Não admitiriam que Aquele que surgira da pobreza e da humildade fosse mais que um homem comum . Sua incredulidade gerou a malignidade . Satanás os dominou e , irados , clamaram contra o Salvador . Haviam-se desviado dAquele cuja missão era curar e restaurar ; manifestaram então os atributos do destruidor .
Quando Jesus Se referiu às bênçãos dadas aos gentios , o feroz orgulho nacional de Seus ouvintes despertou , e Suas palavras foram sufocadas num tumulto de vozes . Este povo se orgulhava de observar a lei ; mas agora que seus preconceitos foram ofendidos , estavam dispostos a cometer homicídio . A assembléia levantou-se e , lançando mãos de Jesus , expulsaram-nO da sinagoga e da cidade . Todos pareciam ansiosos de O destruir . Impeliram-nO para o alto de um precipício , intentando atirá-Lo dali . Gritos e maldições enchiam o espaço . Alguns Lhe atiravam pedras quando , de súbito , desapareceu do meio deles . Os mensageiros celestes que haviam estado a Seu lado na sinagoga , permaneciam com Ele no meio daquela turba enfurecida . Rodearam-nO , isolando-O dos inimigos , e levaram-nO a um lugar seguro . Assim protegeram os anjos a Ló , conduzindo-o a salvo para fora de Sodoma . Assim defenderam a Eliseu na pequena cidade da montanha . Quando os montes que o circundavam estavam cheios de cavalos e carros do rei da Síria , e do seu grande exército , Eliseu viu as encostas mais próximas cobertas dos exércitos de Deus — cavalos e carros de fogo em torno do servo do Senhor . Assim , em todas as épocas os anjos têm estado perto dos fiéis seguidores de Cristo .
A grande confederação do mal acha-se aparelhada contra todos os que querem vencer ; mas Cristo quer que olhemos às coisas invisíveis , aos exércitos celestes acampados em torno de todos quantos amam a Deus , para os livrar . De que perigos , visíveis e invisíveis , temos sido protegidos mediante a intervenção de anjos , jamais saberemos até que , à luz da eternidade , as providências de Deus nos sejam reveladas . Saberemos então que toda a
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