ARLS.’. Luz e Fraternidade( GOP)
Ano XIV | Edição 34 | 18
Qual será o título para o texto abaixo?
ARLS.’. Luz e Fraternidade( GOP)
A ARLS.’. Luz e Fraternidade – em data de 24 de outubro de 2015 realiza Sessão Magna de Iniciação. Sob a coordenação do CCar.’. Ir.’. Sérgio Kruger- Venerável Mestre – receberam a Luz da Iniciação os IIr.’. Jonatas Davis de Paula e José Carlos Gouveia Júnior.. Curitiba Paraná.
Chamou-me a atenção sobre dois textos bem discutidos esta semana sobre“ DIVERGIR” E“ TOLE- RAR”, comentado por irmãos, partindo do pressuposto de suas concepções.
Quando participamos de um grupo heterogêneo de pessoas, as nossas manifestações não devem ser colocadas como que encerrando uma verdade e o nosso entendimento tem que se subjugar ao conceito da maioria, considerando que a verdade pode estar na maioria e não em nosso entendimento. Este é um principio de TOLERÂNCIA, isto é, se participarmos de um grupo e encarar que a nossa verdade há que prevalecer, corremos o risco de polemizar o assunto e constituir num passo para a desagregação.
Quando fomos convidados a ingressar na maçonaria não nos perguntaram do que gostávamos, quais eram os nossos reais objetivos com a ordem, mas, apenas se éramos livres e de bons costumes, o que entendemos por isso e aquilo; nada mais! Recebemos o preâmbulo da maçonaria onde enfatizava que deviamos ter amor à pátria, devotamente à família, de que a maçonaria tem em sua bandeira como sendo de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
Grande parte dos irmãos maçons são adeptos às Lojas 2, ou ágapes, após as sessões, entre os irmãos, estabelecendo de certa forma o exercício da FRATERNIDADE, entendendo que isso é benéfico; fica a pergunta: E a família aonde entra? Ela tem que ficar à margem dos acontecimentos maçônicos? Por que não aproveitar momentos tão festejados pela família, como: DIA DAS MÃES, DIAS DOS PAIS, DIA DAS CRIANÇAS, NA- TAL, etc., em nosso meio maçônico, como muitas lojas fazem, independente do RITO. O que isso conspiraria contra as instruções maçônicas? Por que a maioria das esposas não gosta da maçonaria? Por que se criar esse tabu? Será que fazendo essas festas não estaremos colocando em prática aquilo que a maçonaria nos ensina: AMOR AO PRÓXIMO, dentro da nossa própria família?
Divergir é uma necessidade entre nós naquilo que nos levará a pensar e a refletir. Divergir somente pelo fato de divergir achando que a nossa verdade tem que prevalecer, não é divergir. É criar problema para o grupo. E disseminar ideias que incita o grupo levando-o à discórdia ou deixando a maioria contrariada. Isto jamais será uma boa política porque desestabiliza o grupo, deixando todos os membros da Loja confusos e desorientados.
Quando se dirige uma Loja, deve sempre prevalecer a decisão da maioria em quaisquer das propostas e o V.’. M.’., mesmo contrariado, deve acatar e estimular a execução daquilo que foi decidido, causando-lhe às vezes muitas frustrações, porém tem o dever de manter o grupo unido e harmônico. E quem
dirige uma Loja tem o dever, a obrigação de administrar as divergências e contar com a sabedoria para conduzir o grupo em harmonia. Contentar a todos com aquilo que achamos certo ou errado, certamente, nos levará a nos lembrar do Pres. Kennedy, quando lhe perguntaram qual era fórmula do SUCESSO. Ele respondeu:“ Do SUCESSO eu não sei, mas do FRACASSO é tentar contentar todas as pessoas ao mesmo tempo”.
Portanto, divergir e tolerar caminham juntos desde que divergindo respeitemos as opiniões de outrem, exatamente na extensão do exercício da TOLERÂNCIA.
O grande brilhantismo da Maçonaria é o de reunir homens de diversos matizes da sociedade em uma loja, dos vários gostos, das várias crenças, do seu posicionamento político, etc., no sentido da procura constante da verdade, pois é sabido que na maioria das vezes, a SABEDORIA não se manifesta somente nos letrados, nos graduados, mas muitas vezes em pessoas que não tem grande bagagem cultural e são as verdadeiras sábias nas suas manifestações humildes, no seu alto sendo de equilíbrio, de respeito em seus posicionamentos.
Procuremos dentre nós esses sábios e, certamente, os encontraremos, não porque estão nesse ou naquele Rito, mas conseguem captar com sabedoria o sentido de humildade.
Em nosso meio profissional criou-se um axioma:“ Não subestime e não superestime”.
A maçonaria não é necessariamente para a elite cultural, mas para a elite das virtudes. Quaisquer dos RITOS têm a procura das VIRTUDES como fundamento básico e se as instruções ficarem nas retóricas pura e simplesmente, nas belas sessões, e os conhecimentos, a cultura adquirida não traduzir em ações, nada significa aos propósitos da maçonaria.
Portanto, devemos divergir sempre, mas tolerar as manifestações ou os posicionamentos contrários, eis o grande exercício do PAVIMENTO MOSAICO a nos mostrar com clareza o sentido de DIVERGIR E DE TOLERAR.
Já dissemos várias vezes e vale para todos nós:“ Não importa sermos letrado na cultura maçônica, se as nossas ações contrariam todos os conhecimentos manifestados”.
Ir.’. Genésio Francisco Guariente