Nosso amanhã - O planeta e nosso futuro combinepdf | Page 34
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A tentativa da mulher ser mais
parecida com o homem é, no
meu
ver,
um
fracasso
anunciado: por mais que a
mulher tente ser igual ao
homem, será sempre ela que
gestará e dará à luz aos seus
filhos. No entanto, acredito que
os homens podem aprender a
estar mais engajados com o
contexto da casa e com os
cuidados com a família, onde
voltamos novamente à questão
de mudanças sociais. Aqui,
estamos falando de mudanças
que
aos
poucos
estão
acontecendo mas que se
sustentarão no longo prazo por
meio da educação dada aos
filhos. As perguntas que ficam
para reflexão é:
como as
mulheres educam os seus filhos
meninos e meninas?
Que
modelo espelham em casa: de
que certas atividades como
cozinhar e cuidar da casa são
somente das meninas? E ao
olharmos para essas questões,
perceberemos que dentro de
casa muitas vezes as mulheres
continuam a reproduzir o
modelo
que
reforça
a
desigualdade.
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Assim, tomar consciência
destes mecanismos é algo
essencial
para
que
a
mudança aconteça ao longo
do tempo.
Entrevistador:
Pesquisas
revelam que as mulheres
representam um mercado
consumidor de 28 trilhões de
dólares,
maior
que
a
economia dos EUA e China
juntas, e se tivessem salários
equiparados
aos
dos
homens, elevariam ainda
mais esse poder de consumo
e poderia aumentar o PIB do
Brasil, por exemplo, em 9%.
Esse
não
seria
motivo
suficiente para incluí-las cada
vez mais?
Ana Paula Dente Vitelli
Morgado – Se olharmos para
a questão da diferença
salarial somente pelo ângulo
do potencial de consumo e
contribuição para o PIB, é
difícil
compreendermos
porque ela existe, já que sob
esta ótica traria somente
benefícios.
Da mesma
forma,
é
muito
difícil
justificar a diferença em
salários se as mulheres têm o
mesmo nível de educação ou
até mais que os homens e
desempenham as mesmas
atividades.