gênero, estereótipos e mercado de trabalho
O relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar os direitos, divulgado pela ONU Mulheres, mostra que no mundo, em média, os salários das mulheres são 24% inferiores aos dos homens. Segundo o relatório, mulheres ainda ocupam os empregos com menores remunerações e menos qualificados e continuam a viver em condições mais precárias de saúde, acesso à água e saneamento. Frequentemente, os direitos econômicos e sociais das mulheres são limitados porque elas vivem em um mundo machista e com práticas discriminatórias.
O Fórum Econômico Mundial estima que, no ritmo atual, homens e mulheres terão oportunidades, participação e salários iguais daqui a 170 anos. Isso porque os avanços para diminuir a diferença salarial entre homens e mulheres desaceleraram no último ano.
A pesquisa sugere dez prioridades com o objetivo de diminuir a desigualdade. Para isso, políticas econômicas e sociais devem trabalhar em conjunto. A geração de trabalho decente e a redução da disparidade salarial entre homens e mulheres, o fortalecimento dos mecanismos de proteção social ao longo da vida, a redução e a redistribuição do trabalho doméstico e o investimento em serviços sociais com foco nas mulheres são algumas das prioridades.
Nos últimos anos, a diferença salarial de homens e mulheres vem diminuindo, porém ainda permanece o preconceito imposto pela nossa cultura.Com o passado histórico global resgatado, existe a visão que a mulher é refém do homem e há valorização excessiva dos homens. Atualmente, essa visão já é considerada ultrapassada, porém muitos ainda a defendem.
Apesar de mulheres exercerem o mesmo cargo que um homem na mesma empresa, o salário delas é, muitas vezes, inferior. Além disso, muitas mulheres são repreendidas pela sua aparência no ambiente de trabalho. Tudo isso mostra machismo ainda presente na nossa sociedade, pois ainda há associação de gênero com capacidade.
Atualmente, muitas empresas estão adotando projetos e programas para minimizar as diferenças da mulher em uma sociedade, por exemplo, a Oracle, que possui um programa exclusivo voltado para as mulheres no mercado de trabalho.
Este é um dos assuntos mais abordados por Adichie, mas muitas vezes é um tabu na nossa sociedade. O uso de expressões como “limpa igual mulher”, “rosa para meninas e azul para meninos”, “já pode casar”, “vai pilotar fogão”, “lugar de mulher é na cozinha”, mostra os estereótipos de gênero impostos pela sociedade.
A sociedade, desde cedo, define os papéis de gênero. É constantemente difundida a ideia de que um homem não pode ser melhor na cozinha do que uma mulher, ou uma mulher não pode ser melhor no futebol que o homem. Por exemplo, lojas de roupas diferenciam o gênero da pessoa de acordo com as cores. Cores claras são para mulher e cores escuras para homens. Meninas são presenteadas com bonecas, “kits de cozinha” e até mesmo “kits de lavar louça”, pois estão sendo criadas para serem donas de casa e mães. Já os meninos ganham carrinhos e bolas, porque estão sendo criados para serem atletas, dirigirem os melhores carros. As meninas são incentivadas a ler histórias de princesa, a sonhar com seu príncipe encantado, pois devem ser delicadas, frágeis e almejar o casamento como realização pessoal, como mostra a autora. Chorar e gostar de romances são atitudes desaprovadas em homens.
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