Newsletter Clínica Médica da Foz Novembro 2018 | Page 4
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A saúde e a alimentação
por quem sabe
Dra. Paula Veloso
Nutricionista
E
mbora haja cada vez mais preocupação e infor-
mação sobre a alimentação, a saúde, e a estreita
relação entre ambas, a verdade é que também as
contradições e ambiguidades sobre o assunto são muitas.
Muitas são também as dúvidas sobre onde procurar e en-
contrar, de modo fidedigno, artigos fundamentados em
estudos científicos. Assim, qualquer revista não científica
propaga e divulga, como esporos ao vento, qualquer no-
tícia sobre alimentos ou doenças com eles relacionados,
desde que se garantam os impactos nas vendas. A pes-
quisa na internet de qualquer tema tem como único cri-
tério colocar uma palavra-chave e depois entender como
verdade tudo o que lá é dito sobre o mesmo. Também o
que se diz na televisão é dado como certo. E isso, aliado a
uma grande vontade de saber como comer bem, ter saú-
de e, se possível emagrecer ou não engordar, faz com que
se aceitem como dogmas tudo o que soa bem aos nossos
ouvidos. Em ciência não há verdades absolutas, mas há
bases e estudos científicos que devem nortear toda a in-
formação que se passa às comunidades, sob pena de, em
vez de informar, desinformar e assim contribuir para a
degradação da saúde da população, quando o que é dese-
jável é maximizá-la. É muito comum nas minhas consultas
as pessoas dizerem que não comem pão ou hidratos de
carbono porque engordam, que o azeite é uma gordura
saudável logo pode comer-se à vontade, que se pode co-
mer muita fruta, que o leite faz mal, que o glúten é um
veneno, que este ou aquele é um superalimento, etc.
No sentido de contribuir para uma melhor informação
sobre o tema da alimentação saudável, e uma vez que ele
é desconhecido da maioria, trago hoje aqui a informação
de um site governamental, mais propriamente da Direção
Geral da Saúde, onde poderão informar-se sobre o Pla-
no Nacional De Saúde, que integra o Programa Nacional
de Promoção da Atividade Física (PNPAF) e o Programa
Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS).
Este último foi criado, segundo as palavras da DGS, por-
que ““Portugal era um dos poucos países Europeus que
não dispunha de um programa nacional de alimentação,
ou seja, de “um conjunto concertado e transversal de ações
destinadas a garantir e incentivar o acesso e o consumo de
determinado tipo de alimentos tendo como objetivo a me-
lhoria do estado nutricional e saúde da população”.
O que pode encontrar no site alimentacaosaudavel@
dgs.pt:
• Receitas saudáveis e ideias para minorar desperdícios
alimentares
• Alimentos do mês para favorecer o consumo de ali-
mentos mais nutritivos e mais baratos
• Informação sobre os principais nutrientes desses ali-
mentos e modo de os cozinhar.
Entre os leitores haverá pais, avós, responsáveis por es-
colas ou cantinas escolares, outros apenas pessoas que se
pretendem saudáveis e felizes, razão pela qual uma infor-
mação credível será útil a cada um de nós e ao país que
em conjunto fazemos.
Assim, e continuando o que vinha a escrever, sugiro
que pesquisem também no site a enorme panóplia de
programas nacionais e de manuais emitidos pela DGS.
Embora alguns programas possam já ter terminado, po-
dem sempre servir de base à implementação de estraté-
gias para modificação de hábitos alimentares no núcleo
que frequentamos.
Para além da newsletter Nutrimento, criou os seguintes
programas:
• PASSE, destinado a promover comportamentos ali-
mentares saudáveis e um ambiente promotor da saúde,