Newsletter Clínica Médica da Foz Julho 2019 | Page 7

7 | Clínica Médica da Foz Alergia aos pólenes Prof. Doutora Mariana Couto Imunoalergologia Clínica Médica da Foz O que é? A alergia aos pólenes consiste na ocorrência de sinto- mas, mais frequentemente rinite e/ou conjuntivite, mas em cerca de 40% dos afetados também asma, em indiví- duos sensibilizados ao pólen quando este se encontra em elevada quantidade no ar, tal como acontece em plena primavera. Os pólenes são os alergénios mais importantes do am- biente exterior que induzem sintomas de doença alérgi- ca. A gravidade das manifestações alérgicas depende da quantidade de pólen libertado e da exposição do indiví- duo durante a estação do ano específica, pelo que pode variar de ano para ano, sendo mais graves quando há ní- veis de pólenes elevados. No último século assistimos a um progressivo e sur- preendente aumento da prevalência da rinite alérgica a pólenes, tendo passado de uma doença rara para se tor- nar a condição imunológica mais frequente no ser huma- no hoje em dia. De facto, a rinite é a mais prevalente das doenças alérgicas e afeta atualmente cerca de 30% dos portugueses. Tipos de pólenes Os pólenes são grãos de pequeníssimo tamanho, micros- cópicos e por isso invisíveis ao olho humano, produzidos pelas plantas. Eles viajam muitos quilómetros com o ven- to para propagar as sementes da espécie. Além disso, cada planta produz milhares e milhares de grãos de pólen. As condições atmosféricas são determinantes para a maior agressividade dos pólenes. A temperatura e humi- dade mais propícias à polinização ocorrem durante os meses de primavera e início de verão para a maioria das plantas. O vento, a temperatura elevada e o tempo seco favorecem maior gravidade de sintomas. Por outro lado, os períodos de chuva reduzem drasticamente os níveis de pólen. No entanto, é fundamental ter noção que nem todas as plantas polinizam ao mesmo tempo, nos mes- mos meses. O pólen das gramíneas, também conhecidas como fe- nos, é de longe o principal responsável por alergias res- piratórias. Os pólenes em Portugal existem todo o ano, mas são mais frequentes nos meses de fevereiro a outubro, sendo os picos mais elevados nos meses de maio a julho. Nos meses de outono e inverno observam-se contagens mais modestas, e de algumas espécies específicas, como é o caso do cipreste. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o pólen de plantas com flores muito coloridas, ou de dimensões gran- des (como é o caso do pinheiro) raramente estão implicados