Newsletter Clínica Médica da Foz Julho 2019 | Page 5

5 | Clínica Médica da Foz intervenção, dependendo da gravidade da dificuldade ar- ticulatória e se tem outros problemas associados, como alterações de audição ou dificuldades na motricidade orofacial. O plano terapêutico produzido após a avaliação defi- ne os objetivos gerais e específicos a serem trabalhados durante o tratamento, aclarando ainda mais as estraté- gias necessárias, o tipo de exercícios e o trabalho com- plementar. No trabalho de um terapeuta da fala é muito impor- tante que o paciente e os seus cuidadores entendam a importância de se dar continuidade às estratégias traba- lhadas em sessão e/ou aos exercícios prescritos. No geral, a maioria das patologias funcionam por automatização e esta é mais facilmente adquirida se houver envolvência de todos os cuidadores e extensão a todos os meios onde se insira o paciente. Ao contrário do que é fomentado na comunicação ge- ral, o terapeuta da fala não atua apenas em casos arti- culatórios ou de disfluência (vulgar gaguez). A atuação do terapeuta da fala pode ser iniciada no recém-nascido com a adaptação da deglutição quando necessário, mas também na intervenção de patologias precocemente diagnosticadas. Ao longo do desenvolvimento infantil é necessário es- tar atento a sinais de atraso na articulação (que são os mais comuns), mas também a perturbações no desen- volvimento da linguagem, perturbações da comunicação (comuns em diagnósticos de perturbações do espectro do autismo, paralisias cerebrais, síndromes variados, etc.), perturbações da fluência (vulgo gaguez), perturba- ções decorrentes de problemas auditivos e problema de voz (cada vez mais comuns em crianças). Ao longo do desenvolvimento escolar é importante descartar perturbações de leitura e de escrita, como por exemplo dislexia, mas também de disgrafia, disortografia e discalculia, entre outras perturbações não especifica- das, assim como descartar possíveis diagnósticos que te- nham falhado durante a infância. Em adultos é cada vez mais comum encontrarem-se problemas na área vocal (afonia, rouquidão persistente, nódulos, quistos, edema de Reinke, paralisia de uma ou ambas as pregas vocais, etc.), derivados maioritariamen- te de maus usos e abusos vocais, e cujo tratamento é im- portante, principalmente nos que fazem uso profissional da voz), nas cada vez mais frequentes perturbações ao nível da motricidade oro-facial (alterações de estruturas faciais, por exemplo devido a paralisias faciais e altera- ções da capacidade muscular de toda a zona oro-facial) muitas delas encaminhadas por médicos dentistas de for- ma a evitar recidivas no uso de aparelho ortodôntico. No decorrer do envelhecimento é comum encontra- rem-se perturbações da deglutição (dificuldades na mas- tigação, manipulação ou em engolir os alimentos), de- mências, afasias e disartrias, muitas vezes sendo sequelas de AVC que impedem a normal comunicação do utente. De ressalvar que em qualquer patologia do foro de atuação do TF, o diagnóstico célere e a intervenção pre- coce promovem um ótimo prognóstico e potenciam me- nor tempo de intervenção.