Newsletter Clínica Médica da Foz Janeiro 2019 | Page 5
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pé no exterior, procure algo com capacidade maior de
isolamento térmico, que pode ser um papelão ou uma
tábua. Assim os pés arrefecerão menos.
A proteção das mãos e das orelhas é fundamental. A ca-
beça deve estar tapada, pois é pela cabeça que se perde
grande parte do calor corporal. Já todos notaram a dife-
rença em ter e depois tirar o gorro ou o chapéu.
Aquando da exposição ao frio deve-se respirar pelo na-
riz, pois para além da filtração, o nariz aquece o ar que se
respira, tornando-o menos agressivo para os brônquios /
pulmões. Em pessoas suscetíveis, especialmente na prá-
tica do exercício físico, podem ocorrer ataques de asma
aquando da inalação de ar frio. A colocação de um lenço
ou do cachecol a tapar o nariz é uma boa ideia, pois o ar
que se expira ajuda a aquecer o ar que se vai inalar. É o
que se vê nos atletas que praticam desportos na neve.
Vou experimentar.
Finalmente, apesar do frio, corre-se o risco de desidra-
tação porque se urina muito e há tendência em ingerir
menos líquidos. É aconselhável manter uma boa hidrata-
ção através da ingestão regular ao longo do dia de líqui-
dos, especialmente quentes, os quais aquecem o corpo e
o que resta da alma.
Terapia por ondas de choque
Dr. Diogo Lopes
Fisioterapeuta
A
terapia por ondas de choque, inicialmente aplicada
em 1980 na área da urologia para desintegrar cálcu-
los renais, é uma técnica não invasiva cada vez mais
utilizada no tratamento da dor musculosquelética crónica.
De um modo geral, as ondas de choque quando atingem
o local lesionado promovem um estímulo mecânico, o qual
induz vários efeitos biológicos relacionados com a repara-
ção dos tecidos, reversão da inflamação crónica e alívio da
dor. As ondas de choque promovem o aumento de fatores
de crescimento, formação de novos vasos sanguíneos com
aumento da oxigenação dos tecidos, associado a estimula-
ção da formação de colagénio, dissolução de fibroblastos
calcificados e interferência na libertação de substâncias
envolvidas na dor.
Existem dois tipos de princípios técnicos que permitem
classificar as ondas de choque em focais e radiais, que dife-
rem em relação dispositivos utilizados, características físi-
cas e mecanismo de ação, embora possam partilhar várias
indicações clínicas.
Esta técnica pode ser utilizada em determinadas patolo-
gias, como tendinopatias / tendinites, ombro doloroso, sín-
drome miofascial com pontos de gatilho dolorosos e esporão
do calcâneo. Vários estudos demonstraram taxas de sucesso
que atingem os 80% em casos de epicondilite, fasciite plan-
tar, tendinopatia da coifa dos rotadores, calcificadas ou não,
trocanterite e tendinopatias do Aquiles e do rotuliano.
Apesar de ser uma técnica não invasiva, a terapia de on-
das de choque está contraindicada em casos de tumores
malignos, gravidez, portadores de pacemakers, próteses
ou material de osteossíntese, processos infeciosos no local
ou em doentes com alterações da coagulação sanguínea.
Quando aplicado por um profissional habilitado, este tra-
tamento tem efeitos laterais mínimos, que podem incluir
um ligeiro desconforto ou dor no local durante e algumas
horas após o tratamento e, mais raramente, eritema, ede-
ma ou formação de hematoma, que geralmente resolvem
espontaneamente.
O número de sessões e a frequência dos tratamentos
com ondas de choque dependem da situação clínica em
questão e do seu estádio. Contudo, na maioria dos casos
são necessárias entre 3 e 5 sessões, com duração entre 20
a 30 minutos, uma vez por semana. Os tratamentos podem
ser feitos em combinação com outros tratamentos de fisio-
terapia, mas deve evitar-se a crioterapia e os anti-inflama-
tórios imediatamente após a sessão.
Em conclusão, a terapia por ondas de choque é consi-
derada um tratamento inovador não invasivo, seguro e
eficaz em casos de patologia musculoesquelética crónica,
em que os tratamentos convencionais não tenham sido sa-
tisfatórios. Há muitas lesões que se tornam crónicas e que
não responde(ra)m aos vários tratamentos entretanto im-
plementados. A terapia por ondas de choque surge, então,
como a terapêutica curativa e salvadora, o que permite o
regresso do atleta ao desporto e o trabalhador em geral ao
seu emprego.
A Clínica Médica da Foz disponibiliza este tratamento.
Após a abordagem e avaliação iniciais, o doente é esclare-
cido e a estratégia de tratamento é estabelecida. Os resulta-
dos finais têm sido bastante bons, o que tem proporciona-
do grande satisfação dos nossos utentes.