Newsletter Clínica Médica da Foz Abril 2019 | Page 2

2 | Clínica Médica da Foz Vacinas para alergia – imunoterapia específica anti-alérgica Prof. Doutora Mariana Couto Alergologista O que são as vacinas anti-alérgicas? O tratamento por excelência das alergias consiste na imunoterapia específica com extratos alergénicos, ge- ralmente conhecida como vacina para alergia. A vacina anti-alérgica é o único tratamento capaz de modificar o curso natural das doenças alérgicas, conseguindo uma melhoria sustentada durante vários anos. desenvolvimento da asma nos doentes com rinite alérgi- ca e também previne novas alergias. As doenças respiratórias não-alérgicas, ou seja, em que não se comprova a alergia porque os resultados dos tes- tes cutâneos e das análises são negativos, não têm indica- ção para este tipo de tratamentos. As vacinas podem ser mantidas durante a gravidez e amamentação, desde que já estivessem a ser administra- das previamente com boa tolerância. Como funciona a vacina? Vias de administração das vacinas A vacina para alergia consiste em administrar ao doente os extratos a que é alérgico, e assim reduz a sensibilidade do organismo ao alergénio, reeducando o sistema imuno- lógico de forma a que o organismo deixe de reagir contra os elementos do meio ambiente a que se é alérgico. Por- tanto, “adormece” as células responsáveis pelas reações alérgicas, e os sintomas diminuem substancialmente, o que permite viver livre de medicamentos. Quais as indicações para vacinas anti-alérgicas? As vacinas anti-alérgicas estão indicadas nos seguintes casos: • Doentes com patologia alérgica respiratória (asma, ri- nite/conjuntivite) confirmada por testes cutâneos ou por análises; • Doentes com reação alérgica a picadas de abelhas e/ ou vespas; • Doentes com alergia ao látex; • Doentes com alergia ao pêssego. Os doentes com mais do que uma alergia podem fazer vacina, embora a decisão deva ser ponderada pelo mé- dico alergologista caso a caso, individualmente, e pode depender das alergias específicas que esse doente apre- senta. As vacinas têm uma elevada taxa de eficácia, desde que bem selecionadas e aplicadas nos doentes com as indicações descritas. Diferente do que acontece com os tratamentos com fármacos, as vantagens da imunote- rapia é que trata diretamente a causa da doença, o seu efeito mantém-se durante vários anos, pode impedir o A via mais frequente de administração é a injetável, a vacina subcutânea, que é já praticada há cerca de 100 anos. Administram-se habitualmente apenas 1 x mês. A administração da imunoterapia pode realizar-se também por via oral/sublingual, em comprimidos, spray ou gotas. Nestes casos é diária. As vacinas para o látex e para o pêssego só existem nesta formulação sublingual. Con- siderando a mesma duração de tratamento, as vacinas subcutâneas e sublinguais têm igual eficácia, desde que bem cumpridas. O problema principal no caso da imuno- terapia sublingual é a tendência é para esquecimentos ao longo do tempo, o que compromete a eficácia. No entan- to, esta é a forma preferida de administração nas crian- ças pequenas porque evita injeções regulares. Em alguns casos de alergias sazonais, aos pólenes por exemplo, a vacina pode ser aplicada apenas por altura da primavera, sendo repetida nos anos seguintes na mesma altura. Tanto a indicação, como o controlo da imunoterapia, pertencem ao médico alergologista, que avalia de forma personalizada a composição da vacina. As vacinas subcutâneas podem ser aplicadas a partir de agora na Clínica Médica da Foz, todos os dias, em horário alargado, para maior conforto e comodidade dos nossos utentes.