Balanço Presidência AULP( 2014-2017) Professor Doutor Rui Martins
Foi um prazer, ter assumido em nome da Universidade de Macau, a Presidência da AULP no triénio 2014-2017. A Universidade de Macau esteve sempre na vanguarda do apoio à AULP, tendo ocupado uma das Vice-Presidências entre 2005 e 2014.
Macau e as suas instituições de ensino superior contribuíram para o importante impulso da AULP, na Ásia, e no Sul da China, através da organização de 5 Encontros Anuais que deslocaram a Macau uma média de cerca de 200 delegados, em cada uma das edições do evento, vindos dos Países de Língua Portuguesa, mas também da China e outros Países Asiáticos, nomeadamente o Japão, e que chamaram a atenção para a importância da Língua Portuguesa nesta região do Mundo.
O ensino da Língua Portuguesa, na China, passou recentemente a ser oferecido em 35 universidades, espalhadas por todo o país, ao contrário do que acontecia em 2003, quando o mesmo apenas se efetuava em Pequim e Xangai. A expansão do ensino do Português deve-se essencialmente à estratégia definida pelo Governo Chinês de intensificar a cooperação com os Países de Língua Portuguesa, nomeadamente através da plataforma que é Macau, o que abre novas oportunidades de futuro a quem domine bem esta Língua.
Durante o mandato da Universidade de Macau, incentivei a AULP a apresentar um projeto à Fundação Macau, com o objetivo de apoiar os estudantes bolseiros da CPLP e da RAEM. A Associação continua a reunir esforços para criar esta residência para estudantes e bolseiros das instituições membro para que possa dispor de melhores meios para desenvolver a sua atividade.
A Universidade de Macau encerrou a presidência da AULP no XXVII Encontro da AULP, realizado numa das mais prestigiadas universidades de língua Portuguesa, a UNICAMP, que comemora em 2017 os seus 50 anos de existência. São estes Encontros que permitem discutir as dificuldades, mas também avaliar os sucessos, do ensino superior nos países de língua portuguesa- e este não foi exceção. É neste contexto que tive oportunidade de testemunhar a 1 ª reunião preparatória da Comissão intercontinental para a creditação no espaço do ensino superior em língua portuguesa- uma reunião reservada a representantes nomeados para o efeito. Esta comissão foi criada no seguimento de algumas propostas apresentadas durante o anterior Encontro realizado em Díli, na Universidade Nacional de Timor-Leste( jovem universidade na qual a AULP apostou para a realização do Encontro em 2016 e que participou activamente no programa deste ano), no quadro da mobilidade de estudantes e a conferência de graus e créditos para professores e alunos. Na altura foi proposto aos presentes que neste encontro, em Campinas, o Conselho de Administração trabalhasse com alguns membros para elaborar uma proposta sobre este tópico. Esta reunião só foi possível graças ao Encontro da AULP que move anualmente vários dirigentes dos países de língua portuguesa e foi fundamental para lançar a proposta de criação de um projeto de mobilidade( Erasmus / AULP), cujo modo de implementação vai ser estudado no decorrer do presente ano.
Uma presidência chinesa na AULP, teve fortes percussões na difusão da língua portuguesa. Veja-se que há, por exemplo, por parte do Governo da China, uma intensificação da cooperação com os países de língua portuguesa, sendo cada vez mais óbvio que quem dominar esta língua irá encontrar mais oportunidades. Este intercâmbio entre instituições de ensino superior de língua portuguesa, que permitirá uma maior mobilidade dos seus alunos, como aliás acontece na Europa com o programa Erasmus, estou certo que irá proporcionar uma expansão do conhecimento entre instituições e aumentar ainda mais a importância da língua portuguesa no mundo.
Veja-se a forte representação de Macau nos encontros anuais da associação. Não só dirigentes de instituições de ensino superior de Macau, mas também outros dirigentes como do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior RAEM, que é um Fórum único onde as instituições dos 8 Países, e de uma Região Especial, de língua Portuguesa dialogam anualmente, para uma troca de contactos e experiências que têm permitido ao longo dos tempos um maior conhecimento e uma forte interação académica entre regiões espalhadas pelos 5 continentes.
O Governo de Macau e as instituições de ensino superior têm contribuído para um importante impulso da AULP na Ásia e no Sul da China. Macau já organizou 5 dos 27 encontros da AULP, o que permitiu elevar a língua portuguesa nesta região do mundo. Hoje, 35 universidades na China oferecem o ensino da língua portuguesa, uma realidade que não existia em 2003, com apenas duas universidades( em Pequim e Xangai) a lecionar o português, e este desenvolvimento deve-se em parte à contribuição das instituições locais que participam na formação de docentes e alunos no desenvolvimento de materiais didáticos. Esta ligação às universidades Chinesas constitui uma ponte ideal para as instituições associadas da AULP nos diferentes países, acontecendo nestes 3 dias muitos encontros bilaterais que se manifestarão posteriormente em futuras colaborações académicas.
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