Neicelara Direito ambiental | Page 18

Acompanhada do Instituto Sea Shepherd — que em fevereiro produziu um relatório sobre a poluição do líquido e o consequente impacto na biodiver-sidade e na qualidade de vida das comu-nidades ribeirinhas — o Diário Catarinen-se percorreu os pontos mais críticos do rio Cubatão do Sul.

Eleazar Garbelotto, o "Keko", que man-tém uma empresa voltada ao ecoturismo e, por envolver-se diretamente com o rio, integra o Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Cubatão diz que as corredei-ras oxigenam e, então, limpam a água e que assim deveria se manter em todo o curso do rio.

— Mas os afluentes como o Rio Forqui-lhas trazem sedimentos, não há mata sufi-ciente na margem e sobra esgoto despe-jado de forma irregular — resume.

Ao longo da navegação pelo principal rio da bacia hidrográfica de mesmo nome, é possível perceber que as rochas sedi-mentares dão lugar às cristalinas, só que

é possível perceber que as rochas sedi-mentares dão lugar às cristalinas, só que

altamente erodidas. Também acumulam-

se galhos e até árvores inteiras, que são depositados no curso hidrográfico após períodos chuvosos e, portanto, compro-vam a intervenção humana em demasia. Em outros pontos, o rio está profundo demais — resultado da extração mineral, já que são mais de 50 concessões de lavra de areia e argila feitas com pequenas balsas.

Em praticamente nenhum ponto do rio há respeito aos 50 metros lineares de ma-ta ciliar, apesar de esse tipo de vegetação que acompanha a margem ser considera-da área de preservação permanente pelo Código Florestal Brasileiro. Em vez da mata, há construções. Não raro, as casas desmoronam e assoreiam o rio, que se en-contra raso tanto na nascente, quanto na foz. Outra consequência da urbanização cercana é o despejo de es-goto e lixo do-méstico diretamente no ma-nancial, que a

Foto: Betina Humeres / Agência RBS

Entre Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz, onde a prática de rafting é comum, rio apresenta sua melhor forma

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