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Enquanto isso, a população pode uti-lizar a água, pois os reservatórios estão em níveis dentro da normalidade. Mas, como há possibilidade de suspensão temporária no fornecimento de água tratada, a Tubarão Saneamento solicita o uso de forma consciente, evitando des-perdícios até que a situação seja norma-lizada.

A concessionária disponibiliza medidas paliativas, como fornecimento de água às clínicas de hemodiálises e hospitais, caso necessário. A população pode entrar em contato pelos telefones 0800 648 9596 ou (48) 3052-7400.

Ainda não é possível calcular danos do vazamento

Além da escuridão, a água ficou com um aspecto denso e formou um lodo, que manchou as pedras da cabeceira do rio. A vegetação ao redor também foi poluída. A água escura do rio assustou os mora-dores.

A direção da carbonífera explicou, nesta quinta-feira, que o acidente ocorreu devi-do a possíveis problemas mecânicos em duas bombas que ficavam em uma bacia com água limpa.

— Essas bombas pararam de funcionar por volta das 22h de terça. Imediata-mente, a equipe técnica responsável re-solveu o problema e conteve o vazamen-to. O trabalho durou cerca de duas horas e, nesse intervalo, aconteceu o transbor-do de água da bacia, que acabou arras-tando substâncias poluentes de outra bacia desativada. Boa parte da água e do lodo ficaram retidos na bacia de conten-ção de emergência, parte foi parar no rio — explicou a diretora da empresa, Astrid Barato.

A sedimentação é uma etapa de produ-ção que faz parte do processo de lavagem do minério, que não funcionou o dia todo na quarta-feira. Técnicos do Departamen-to Nacional de Produção Mineral (DPNM), da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e da mineradora ainda investigam o que causou o rompimento da barragem.

A empresa, segundo o engenheiro da carbonífera, Paulo de Mello, trabalha des-de a madrugada de quarta-feira para re-forçar os diques e evitar novos vazamen-tos. Além disso, já deram início à limpeza do rio e dos seixos. A expectativa é de que a água, que já estava poluída por ferro e manganês devido a impactos anteriores, volte ao estado anterior em cerca de uma semana.

O cabo Marcos Antônio Navarro Montei-ro, da Polícia Ambiental de Laguna, apon-ta que a empresa foi autuada e que o setor que causou o vazamento foi embargado até que se faça a manutenção. De acordo com o cabo, a empresa está com as licen-ças ambientais em dia.

Segundo Monteiro, ainda não foi possí-vel precisar os danos causados pelo vaza-mento na fauna e na flora do local, mas já foram colhidas amostras e um monitora-mento está sendo feito. O laudo, segundo o policial, fica pronto em uma semana. Os Ministérios Público Federal e Estadual devem investigar o caso.

Foto: Antonio da Luz / Sul in Foco

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