My first Magazine Revista Sarau Subúrbio ed 01 | Page 21

F O R R Ó D O B I Z Z A R (Do Terreiro de Seu José para o mundo) Quando o assunto é Forró, imediatamente nos vem à cabeça a imagem de Seu Lua, nosso Rei do Baião, figura das mais significativas da História da Música Popular Brasileira. E desta vez não foi diferente, curiosamente ouvi de cara a segunda faixa do EP, cujo título e também refrão Dengo-Dengo forma um jogo de palavras, o qual me remeteu imediatamente ao TENGO, LENGO, TENGO, espécie de canto-martírio tão sofridamente cantado por Luiz Gonzaga no grande clássico “A morte do Vaqueiro” (Luiz Gonzaga/Nelson Barbalho). Mas é preciso afirmar que o paralelo traçado entre as músicas refere-se tão- somente a algum tipo de similitude sonora de palavras, uma vez que a faixa " D e n g o - D e n g o" (Marcelo Bizar) possui um pano de fundo completamente diverso da “Morte do Vaqueiro”, pois trata-se do apelido com que o compositor dirigi-se a sua musa inspiradora na intimidade, segundo confessou o mesmo. A partir desta faixa, é possível então, perceber que todo o trabalho do artista reveste-se de uma leveza incrível, sem, contudo, deixar de dialogar com as raízes, exaltando o que há de mais rico na Música Popular Brasileira. “ V e r o m a r ” (c/Leandro Lima), a primeira faixa do EP, é um Xote que traz um alerta para o cuidado que o homem deve ter com a natureza. "Eu tenho que sair pra ver o mar, antes que seja tarde e o mar vire sertão."