T: Uma das frases mais presentes no seu livro é: “Busquem conhecimento”. Qual tipo de conhecimento deveria ser
buscado e como obtê-lo?
B: Eu não me limitei a nenhum tipo de assunto específico. O que impulsiona a criatividade é a diversidade nos conhecimentos obtidos. Se não nos limitarmos a um conhecimento em particular, abrimos nossa mente e o resultado é a aceitação de ideias e opiniões diferentes, bem como uma maior criatividade. Quando eu digo para buscarmos conhecimentos, estou fazendo um apelo à busca da verdade da vida ou de um assunto em particular. A verdade não se limita a uma teoria ou a uma informação . Existem muitas formas de se obter conhecimentos . Acho que tudo é válido. O que importa é nosso foco e interesse.
T: Em TAC, você aconselha os leitores a serem rebeldes e terem disciplina. Como devemos conciliar os dois?
B: Talvez Jesus tenha sido um rebelde, ele foi contra todas as ideias estabelecidas em sua época . É esse tipo de rebeldia que faz com que um indivíduo desperte os outros para noções pré-estabelecidas em sua cultura e que não são verdadeiras ou já estejam ultrapassadas . Sejamos rebeldes no que diz respeito às informações que os centros midiáticos ou escolares tentam nos impor de maneira velada. Não aceitem nada como verdade absoluta. Não acreditem no que a mídia ou o sistema de ensino lhes diz como se fosse algo irrefutável. Adotem outros pontos de vista. Busquem métodos alternativos, procurem outras soluções, sejam rebeldes... Mas sejam disciplinados, o tipo de rebeldia que eu peço exige disciplina. De nada adianta você ir contra o que o sistema que lhe impõem, se você não busca uma alternativa melhor. A verdade é a coisa que está mais oculta em nossa sociedade, sempre foi assim, e para você encontrá-la é preciso mergulhar no oceano de seu inconsciente, afim de lidar com todos os seus pecados e crenças estabelecidas como verdadeiras, quebrá-las e renascer como um novo homem, mais instruído e sábio.
T: Qual seria a relação de Giordano Bruno com o seu trabalho?
B: Giordano Bruno passou pela mesma experiência religiosa que eu passei, inclusive ele fala claramente sobre a unidade, e diz que todo filósofo tem que primeiro passar pelo UNO. Ou seja, você se desperta para o mundo do conhecimento no momento que deixa de viver da carne para renascer em espírito, vendo a verdade da vida e percebendo que ela não pode ser descrita pela linguagem usual, mas deve ser vivida. Além disso, estudo o comportamento das massas e Giordano Bruno é um dos exemplos mais notáveis de alguém que pensa diferente e foi condenado. Eu sabia que seria parecido comigo, sempre soube, por isso coloquei a estátua dele no quarto. E por fim, suas ideias de panteísmo, de solipsismo e do universo infinito me atraem. (...).
T: Você tem uma filosofia de vida? Gostaria de deixar algum conhecimento ao mundo?
B: Gosto de vivenciar coisas novas sempre e acredito que tudo seja possível, devido as minhas experiências pessoais, eu não duvido de mais nada Só passei por estas experiências porque nunca duvidei de nada, e todo aquele que duvida demais fecha suas portas de oportunidades para coisas extraordinárias. Obviamente você pode duvidar, mas deve saber que, diante da imensidão do universo, nós não sabemos de nada ainda... [Quanto aos conhecimentos] Primeiro gostaria que as pessoas soubessem que, para ser considerado alguém inteligente, você deve assumir erros. Quando assumimos isso nós crescemos, evoluímos e mostramos que fomos capazes de aprender algo novo. Segundo que devemos olhar para algo sobre múltiplas perspectivas, você não pode criar absolutismos. Nunca julgue alguém antes de olhar o outro lado da moeda. E por último, criem... Criem, produzam ou pelo menos aceitem ideias novas. Árvore que não produz frutos é ceifada...
insistência eu descrevi em meu livro como "absorção contínua". Acontece que passamos boa parte da vida nos entretendo e gastando nosso tempo com trivialidades, e ainda temos a coragem de dizer: "eu não tenho tempo para isso". Se você não tem tempo para fazer algo que você quer, então eu sinto muito... Você não quer fazer aquilo. Quanto maior o sonho, maiores as barreiras. A aprendizagem para a obtenção de conhecimentos não acontece apenas se você absorver de maneira contínua, você precisa conectar as informações também. Para isso você precisa analisar os pontos positivos de todas as informações. Isso é aproveitar situações onde outros não conseguem enxergar. E, por último , temos o ciclo de absorção histórico, que é onde ficam registrados os conhecimentos obtidos, por exemplo, em livros. Você escreve um livro e um dia você vai morrer, mas as informações que você produziu continuam lá no livro, que é adquirido e absorvido por pessoas no futuro que se aproveitam desse ciclo de absorção histórico.
por Iris Chadi e Laura Serem