Bruno Borges (26), também conhecido como “Menino do Acre”, ficou famoso no começo de 2017 por desaparecer e deixar, em seu quarto, itens que intrigaram a polícia que investigava o caso. No dia 27 de março do ano passado, Bruno saiu de sua casa sem dizer para onde ia. Preocupados, seus pais acionaram a polícia, que, ao investigar o quarto do menino, encontrou catorze livros escritos em códigos, pinturas, inscritos e símbolos esotéricos pelas paredes e uma estátua em tamanho real de Giordano Bruno, um monge filósofo do século XVI, avaliada em 10 mil reais. O acreano voltou para sua casa apenas no dia 11 de agosto, quase cinco meses depois de seu desaparecimento. Nesse meio tempo, um de seus livros, a Teoria da Absorção do Conhecimento (TAC), foi decodificado e publicado, apresentando a visão de Bruno sobre a busca pelo conhecimento. A polícia descobriu um contrato entre o “Menino do Acre”, seu primo (que investiu 20 mil reais no projeto de Bruno) e dois amigos que estipulavam os lucros da publicação do TAC. Por conta disso, o delegado responsável afirma que o sumiço foi uma estratégia para garantir a divulgação da obra, porém Bruno nega ter desejado manipular o público e diz que se
isolou, pois buscava se reencontrar e renascer.
Visando apresentar à Comunidade Bandeirantina a mente de um homem que ficou famoso por seus mistérios, o Tijolo contatou-o para entender suas
teorias e filosofias
Tijolo: Como foi sua trajetória de vida para chegar nas teorias apresentadas no TAC?
Bruno Borges: Ironicamente, as teorias que me levaram à TAC vieram apenas aos 20 anos. Eu passei por uma experiência mística e transcendental, de caráter religioso, que me gerou insights e uma imaginação infinita. Permanecendo à essência de minhas ideias, bastava muito estudo e leituras para lapidá-las. Pois tenho teorias de como acessar essa força criadora que me acometeu e, estudando a História, vi que muitos grandes inventores serviram-se disso.
T: Como foi essa primeira experiência mística a qual você se refere?
B: Para resumir, meu ego inflou e eu acreditava ser muito inteligente. Mas posteriormente me deparei com uma situação que me mostrou que eu não sabia absolutamente nada. Neste meio tempo, me encontrei isolado , percebi que minha vida inteira tinha sido uma mentira . Foi a pior crise existencial que passei. Até que uma ideia incrível de uma teoria (TAC) me veio à mente, comecei a produzi-la noites a fio . Durante 7 dias fiquei sem dormir, apenas criando. Foi quando olhei para uma folha e vi todo o universo nela. Então comecei a entrar em um estado de unidade com os cosmos. Durante 15 dias fiquei em beatitude celeste. Eu conseguia controlar o tempo, pois ele não existia . Eu sabia o que os outros estavam pensando Eu tinha uma imaginação infinita, também recebi minha missão, que foi essa que todos vocês presenciaram. Passei os últimos 5 anos investigando e tentando criar uma metodologia para induzir este estado energético novamente. Meu isolamento foi com este propósito . E essa experiência não quer
T: No seu livro, você escreveu uma fórmula para a obtenção de conhecimentos (Absorção de conhecimento novo + conjunto de conhecimento = absorção total). Você poderia explicá-la?
B: O cérebro é minúsculo e uma ferramenta que está trabalhando ininterruptamente e em constante mutação. Quanto mais você trabalha uma área do cérebro, mais ela se expande. Os gênios não nascem gênios, eles se fazem . Como Maquiavel descreveu: "não existe dificuldades quando a vontade é grande". Se você gosta do que faz, mas de início encontra dificuldades, você vai saber utilizar essas barreiras para transformar em oportunidades. Essa
dizer que sou melhor que ninguém, pelo contrário. Pessoas comuns podem passar por isso, em graus maiores ou menores. Há inúmeros relatos sobre essa experiência durante a História. Mas o caminho para se chegar até ela é árduo. Essa "pedra filosofal" é a coisa mais difícil de ser encontrada. .