Ventura minha
Tinta traiçoeira,
por que me esqueceste?
A ti contei os segredos mais secretos
que em meu âmago repousavam
Onde eles residem agora?
Tu eras meu lar
Meu aconchego
Minha ternura
Companheira da hora inexistente
Te procurei por todas as partes
desse volúvel mosaico
que sou.
Os sentimentos me trapaceiam
E se refugiam dentro de mim
Onde estás tu, guardiã do enigma,
Para arrancá-los de mim
E derramar minhas entranhas sobre
o papel?
Teu corpo esguio encaixava-se
Perfeitamente no meu
E não há quem preencha
o buraco que deixaste
Deitei-me com outros
Toquei outras carnes
Revelei-me a outros olhos
Embrenhei-me em outros braços
Porém, és minha irrevogável sina:
Penso que me moldei antes de nascer
sem saber que era
para ti.
- Por Natália Máximo
Minha Pretensão
Uma caneta,
Uma folha de papel.
Olhei para o nada,
Meditei.
Olhei para o tudo,
Meditei.
Queria escrever uma poesia,
Uma poesia que lembrasse você.
Queria em versos e prosa retratar você.
Eu teria que escrever a mais bela poesia.
Busquei no meu íntimo as mais belas inspirações,
só vi escuridão.
Procurei no dicionário as mais belas palavras, não
Passaram-se horas.
A caneta quase escorregava das minhas mãos,
A folha de papel continuava em branco; amassei-a
Meditei, caí na real.
Era muita pretensão minha.
Como poderia eu, com uma caneta e uma folha de
[Poema de autoria do França, retirado do livro “Sentimentos em Prosa e Poesia”]
Espaço para a divulgação livre de textos da Comunidade Bandeirantina