My first Magazine A Luta Bebe Cerveja - Ana Sens | Page 68
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E essa história de banheiro não foi só no Estadinho não. Nas outras
redações, conforme as mulheres foram se “aprochegando”, a falta de
uma toilette só podia ser compensada por segurar o xixi o dia inteiro
ou pedir para um vizinho nas redondezas para usar o lavabo.
No fim das contas, ser mulher em um ambiente predominantemente
masculino é uma revolução.
Se era difícil nas redações, imagine-se nos bares. A começar pelo Bar
Stuart, cuja esquina abrigava boates antes de ser comprada pelo
botequim. Seu dono, o italiano Dino Chiumento, diz que aquela
esquina era “do pecado”, no passado. E foi daí surgiu a regra: era
proibida a entrada de mulheres desacompanhadas no bar. E por
desacompanhadas, entenda que a companhia válida por lá era só a do
homem.
Era a mesma coisa no Bar Palácio, até que em 1984 a coisa toda caiu
por terra. Antes disso, houve as revolucionárias que invadiram o bar,
mas foi naquele ano que oficialmente aconteceu um motim – a
mulherada foi parar na delegacia para exigir que pudessem entrar no
Palácio sem um homem a tiracolo. Deu certo.
Ao longo dos anos, houve passeata, invasão, denúncia, tudo para
derrubar a lei que impedia a entrada das moças desacompanhadas. A
desculpa era a mesma do Stuart: o local funcionava onde antes era um
antro de prostituição e etc. Mulheres podiam entrar em busca de
programa, acabando com a “boa frequência” do estabelecimento.
Reduto de jornalistas, a
entrada do Bar Palácio