My first Magazine A Luta Bebe Cerveja - Ana Sens | Page 71
A LUTA BEBE CERVEJA
aparece com uma roupa mais decente no aniversário”. A solução da jornalista foi arranjar
uma calça jeans velha e desenhar margaridas com caneta esferográfica.
De minissaia, brinca que usava a calcinha combinando. “Foi minha mãe que fez”, e, aos risos,
ajudou a ganhar o espaço feminino das mulheres na redação e no boteco.
Algumas das meninas eram musas. Tinha uma lanchonete na XV chamada de Quick Lanches.
Adélia chegava por lá com os bolsos furados, no máximo umas moedas para pedir canja. O
garçom ia empurrando no balcão um prato de lasanha até chegar nela. “Se era por paixão
que ele me dava lasanha, eu não sei, mas que ele salvou minha vida, salvou”, ela diz. E ainda
que era uma lasanha daquelas, toda recheada.
Hoje, Adélia se considera aposentada da noite porque “uma hora você vira bisavó e tem que
parar”, mas ainda é comadre de todo mundo.
Além dela, outras meninas rondam a memória dos jornalistas como inspiração. Como não se
apaixonar por uma mulher dona de si? E é tudo uma fantasia, brincadeira, porque no fundo,
todos eram colegas. Alguns acabaram casando, mas aí é outra história…
O que acontece no bar, fica no bar? Por certo que não. Ainda que nem todas as lembranças
durem para sempre, fica sempre um resquício de memória de uma época. E uma época das
boas. Claro que a cerveja apaga um pouco o tim-tim-por-tim-tim do que aconteceu. Tudo
bem.
Luiz Manfredini se lembra da vez que ganhou um coelho no sorteio do Bar Stuart, “o bar que
não tem freguês, só têm amigos”. O local vivia sorteando seus miúdos entre os jornalistas e
frequentadores. Vania Mara Welte se lembra da vez que encontrou um jogador de futebol no
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