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Cheguei há uma semana a São Tomé e Príncipe. Vim pela ONGD HELPO conhecer a minha afilhada e os projetos, que esta organização aqui desenvolve.
É impressionante pensar o que seria deste povo se não tivesse ajuda. Os contrastes com o mundo ocidental são abissais. Vivem duma forma tão miserável, são tantas as crianças e os jovens sem perspetivas de futuro, é tudo tão sujo, caótico e confuso, têm tantas necessidades... vivem em comunidades e sabem tão bem o significado da palavra partilha. Olhar para alguns rostos parte-me o coração. E como diria uma pessoa católica:“ Como é possível que Deus se tenha esquecido de tantos seres humanos?”. Porquê estas injustiças, quando existe tanto dinheiro no mundo?
O que faço é uma pequena gota no oceano, mas já aprendi com uma pessoa, que muito valorizo e admiro, Fernando Nobre, da AMI, que essa gota faz a diferença. É triste que não haja mais gotas individuais a construir um mundo melhor. Pensar que com apenas 0.5 € por dia dá para ajudar tanto...
Estas são as reflexões duma pessoa que não consegue não ver o que é gritante, uma pessoa que também nasceu em África e sente um apelo muito forte por este continente, onde estão as suas raízes mais profundas.
Sónia Capela
Por mais anos que viva, hei-de sempre sentir uma enorme dor. E a dor de viver no terreno, essa sim, é real, porque os meios de comunicação ficam bem aquém do seu verdadeiro impacto... e temos tendência a“ sacudir” para o lado e continuar no nosso egoísmo umbilical.