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PORTUGAL

O dia em que nos olhámos nos olhos .

Cascais , Joana Lopes Clemente

C ada acontecimento tem o seu propósito , o seu sentido , a sua história . Cada pessoa tem os seus propósitos , e encontra sentido em ações concretas e isso acaba por incorporar a sua própria história , única e irrepetível . Com a história da Helpo e , mais especificamente , com a história do Programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância , da Helpo , cruzam-se milhares de outras histórias , com o seu sentido e enquadramento únicos . Milhares de sentidos que se encontram para forjar um meio de proporcionar a milhares de crianças e jovens uma rutura com um modo de vida dedicado apenas à sobrevivência . O sentido deste programa , desdobra-se em inúmeras faces , reflexo de olhares , expectativas , generosidade e responsabilidade , mas também de esforço e de sonho , de caminhos longínquos de pés descalços , mochila às costas e ousadia no horizonte . É essa ousadia , de não parar de preparar o terreno para que sonhos de outros possam ser sonhados , que nos mantém unidos a 15.479 percursos tocados por este programa nos últimos 16 anos . Mas este é o tipo de sonho que não se sonha sozinho . E é também o tipo de sonho que não queremos sonhar sozinhos ! Foi isso , que nos levou a convidar os nossos padrinhos e madrinhas a vir olhar-nos nos olhos , a conversar , refletir e aproximar-se , das pessoas que diariamente se desafiam a incorporar as mãos de artesãos de fazer sonhar . Foi no passado dia 23 de setembro , no auditório do mercado do Bulhão , no Porto . Com a convicção de que queremos crescer em qualidade do trabalho , mas que não queremos que esse crescimento nos aparta da raiz das coisas - da significância das coisas , que nos leva a existir e a firmar essa existência a cada dia - , levámos padrinhos antigos , padrinhos com histórias para partilhar e histórias por construir ( e vontade de continuar a construí-las ), equipa de cá e equipa de