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H : Ainda se sentem muito as consequências da passagem do ciclone Gombe ou a normalidade já voltou à rotina habitual ? MC : Na Escolinha do Lumbo , até início de julho , ainda não tinha sido possível fazer as obras de reabilitação . Foi necessário adaptar as condições existentes para retomar as aulas . Como apenas estavam operacionais duas salas , o refeitório passou a ser utilizado como sala de aula para a turma da creche e dos 3 anos . Nas outras 3 escolinhas , foi possível voltar à normalidade em meados de abril . Foram feitas as obras de reabilitação o mais rápido possível para atender aos pedidos dos encarregados de educação , que solicitavam a reabertura das escolas .
H : Passados estes meses , qual a situação da recuperação pós-ciclone na Ilha ? Há ainda muito por fazer ou já foi possível restabelecer a normalidade na vida das pessoas ? MC : A noção que tenho é que , mesmo após estes 4 meses , ainda há muito para ser recuperado . Os apoios dados não foram suficientes e ainda há muitas famílias a viver em condições precárias . Apesar do grande espírito resiliente e de solidariedade , que foi possível observar entre a
“ além das habitações , muitas famílias perderam meios de subsistência , como hortas ou barcos de pesca ”
população mais carenciada - que já no dia 12 de março estava a pôr “ mãos à obra ” e a reconstruir as suas habitações , a dos vizinhos ou a recolher famílias desalojadas - , é necessário ter em conta que foram feitos remendos e não obras resilientes . Nos meses seguintes , houve tempestades que voltaram a danificar estas estruturas frágeis . Ademais , além das habitações , muitas famílias perderam também os seus meios de subsistência , como hortas domésticas ou barcos de pesca . O mesmo aconteceu , por exemplo , com estruturas públicas , que ficaram danificadas e ainda não tiveram acesso a meios para recuperar .
H : O que gostarias de acrescentar para os padrinhos e madrinhas de crianças da Ilha ? MC : Pedia que não se esquecessem das famílias da Ilha . Infelizmente , este evento teve pouca visibilidade e fez com que a população mundial não tivesse noção do seu impacto . Hoje em dia está completamente ultrapassado e esquecido , mas a população e as crianças da Ilha continuam a precisar da nossa ajuda .