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uma catástrofe esquecida .

No dia 11 de março , abateu-se sobre a Ilha de Moçambique o ciclone Gombe . A responsável da Helpo pela resposta à devastação que o ciclone provocou é Maura Couto , que a mundo h entrevistou .
Helpo ( H ): Onde estavas no dia em que o ciclone Gombe atingiu a Ilha de Moçambique e como viveste esse momento ? Tiveste imediatamente a noção , de que o evento era de grande intensidade e de que teria as consequências que veio a ter ? Maura Couto ( MC ): No dia 11 de Março , dia em que o ciclone Gombe atingiu a Ilha de Moçambique , estava na minha residência . Decidi manter-me na Ilha , porque sabia que a estrutura da casa iria aguentar com o impacto e , desta forma , poderia dar o apoio necessário em seguida . Sendo a casa localizada no meio da Ilha , e não na costa , convidei três amigos para se refugiarem comigo . Apesar da falta de energia e do intenso barulho causado pelos ventos fortes e objetos a voar , passámos o evento em segurança . Foram emitidos alertas e anúncios , mas a população da Ilha estava na expectativa de ser algo com muito menos impacto . Poucos meses antes , tínhamos sido alertados para a Tempestade Ana , que foi algo pouco significativo e , portanto , pensámos ser algo semelhante . Só nos apercebemos da intensidade do Gombe , no final da tarde , quando o vento começou a ficar muito forte .
H : Qual era o sentimento da população da Ilha no primeiro contacto que tiveste após a passagem do ciclone ? MC : Sem dúvida , estava toda a gente em choque e incrédula . Como referi antes , todas as pessoas com quem falei no dia anterior estavam com a expectativa de que seria uma tempestade tropical comum e não algo com a dimensão que teve . As pessoas que não sofreram grandes danos , maioritariamente as pessoas que vivem na cidade de pedra e cal como eu , estavam desorientadas a andar pelas zonas danificadas , sem saber como e onde ajudar . As pessoas mais atingidas estavam , sem dúvida , exaustas e tristes . Muitas famílias tinham perdido quase tudo e tinham passado a noite cheias