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MOÇAMBIQUE
H .: Qual foi o maior desafio do projeto para si ? JL .: Foram tantos os desafios , que me custa elencar o maior . Imaginem , a minha primeira experiência numa ONG , e por sinal com créditos bem firmados a nível nacional e internacional ; a burocracia necessária do financiador , UNICEF ; o ensino bilingue , pois deveríamos lecionar nessas condições ; monitorar as atividades em quatro distritos , tendo em conta as distâncias e algumas condições de transitabilidade , torna-se difícil elencar o maior desafio . O que posso dizer é que , graças a um trabalho de equipa , conseguimos fazer dos desafios oportunidades e encontrar soluções eficazes para cada desafio . Gostaria de deixar uma palavra de apreço aos Diretores das escolas envolvidas , às Autoridades Administrativas locais , distritais e provincial , membros dos Conselhos de Escola , aos Animadores e Professores voluntários , que foram capazes de tornar realidade o sonho de preparar as nossas crianças para o Ensino Primário .
H .: Fale-nos um pouco sobre o seu percurso de vida . JL .: O que posso dizer de mim ? Sou casado e pai de dois lindos jovens . Quadro reformado da Educação , todo o meu percurso profissional esteve sempre ligado à Educação . Foram 38 anos , primeiro como professor do Ensino Secundário e Universitário e depois como gestor . Licenciado em História e Geografia pela Universidade Pedagógica e Mestre em Ciências de Educação e Didáctica pela Universidade de Caen , Normandia-França , fui Coordenador das Práticas Pedagógicas na Universidade Pedagógica , Diretor Provincial de Educação e Cultura na Zambézia e Diretor Nacional Adjunto para o Ensino Secundário . Apaixonado pela Didática , tenho um interesse particular pela área da formação de professores ( formação contínua ) e interesse na área da História da Educação , tendo artigos publicados nessa área , um livro de História para a 12 ª classe e outro em co-autoria sobre Práticas Pedagógicas .
H .: Porque escolheu trabalhar na Helpo ? JL .: O meu contacto com a Helpo deve-se a uma pessoa especial , o Cazé ( Coordenador da Helpo em Moçambique ). Admirava a forma como ele conseguia envolver as pessoas , quando falava da Helpo . Aquando da passagem do ciclone IDAI em Cabo Delgado , estando eu na referida Província , a Helpo foi das poucas , senão a única , que prontamente respondeu , reabilitando escolas e bibliotecas . Assim , procurei conhecer melhor a organização e percebi que ela tinha a minha cara - o amor ao próximo , a entrega total , os primeiros no sacrifício e últimos nos benefícios , o contacto permanente com os necessitados … Assim que tive a oportunidade , ofereci-me para trabalhar com a Helpo . Recordo-me do dia em que estava com o Cazé e a Inês , algures em Maputo . Perguntei de chofre ao Cazé : “ Tens um lugar para um reformado , como eu , na tua organização ?” E pronto , aqui estou ! Digamos que foi um amor à primeira vista ...
H .: Gostaria de deixar uma mensagem a quem nos lê ? JL .: Acreditem no lema da Helpo - o nosso mundo é humano - e apoiem os nossos projetos , ajudem os mais necessitados a terem um mundo melhor .