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�� casos em que viviam em zonas rurais com frequentes falhas de eletricidade . Para contornar esta situação , as alunas foram encaminhadas para os Centros de Apoio , criados pelas escolas , e foram incentivadas a assistir às aulas em pequenos grupos , partilhando o telefone com outras colegas da sua Escola . Mais de metade das alunas , que frequentaram as aulas ( 58 ), tinha como expetativa entrar no curso de Medicina Geral e Familiar da Faculdade de Ciências da Saúde da Unilúrio , em Nampula . Acontece que esta Faculdade tinha apenas 25 vagas disponíveis para a licenciatura em Medicina , o que impedia , logo à partida , que todas as alunas fossem bem-sucedidas . Este exemplo revela a necessidade de apostar na orientação vocacional em edições futuras , de forma a esclarecer as alunas sobre o funcionamento do processo de admissão à Universidade e o significado do número de vagas disponíveis para cada licenciatura . Será igualmente importante dar a conhecer a variedade de outras profissões , além de Medicina . É um facto que os resultados das alunas nos exames foram na sua maioria baixos , com apenas uma aluna a alcançar uma classificação acima de 15 ( 15,85 ) e apenas 11 alunas ( 12 %) foram admitidas na Universidade , na 1 .ª fase . No entanto , a análise destes resultados não pode ser feita sem a devida contextualização : através das respostas ao questionário de avaliação e no decorrer das entrevistas em grupo , a equipa percebeu que o grupo de alunas inscrito na formação não havia completado o programa curricular das disciplinas , às quais se queriam submeter a exame ( 85 % respondeu que aprendeu matérias novas nas aulas da “ Unilúrio de Verão ”; 53 % das alunas , que responderam ao questionário de caracterização , disseram não ter em sua posse os manuais das disciplinas , consultando os mesmos através da Biblioteca das escolas ( 45 %); ou sem qualquer possibilidade de consulta ( 8 %)). A falta de acesso a materiais estende-se aos equipamentos , como o computador ( que só 7 alunas revelaram ter em casa ), ou o acesso a serviços como a internet ( apenas 17 disseram ter acesso ). O ingresso no Ensino Superior representa algo de inacessível para a esmagadora maioria das raparigas do norte de Moçambique . De facto , quando perguntamos às alunas , que participaram neste projeto , se têm alguém da sua família , que já tenha frequentado a Universidade , 72 % refere que sim , o que revela que o acesso é mais fácil para aquelas raparigas , que já têm alguém da família no ensino superior , indicando que , quem não tem , fica cada vez mais para trás ... Este projeto contraria essa tendência , ao divulgar o processo de admissão e ao apoiar as alunas , que queiram fazer esse percurso , mesmo nas zonas rurais de Nampula , Niassa ou Cabo Delgado , atuando , assim , como um fator de desmistificação do Ensino Superior . Pelas razões apresentadas , a primeira edição da “ Unilúrio de Verão ” foi muito diferente do que fôra inicialmente idealizado . Há , no entanto , muitas aprendizagens e reflexões possibilitadas por esta edição atípica , que permitirão uma segunda edição melhorada e mais abrangente . Um dos aspetos mais positivos foi o total envolvimento e reconhecimento por parte das Direcções Provinciais de Educação , que prontamente se associaram ao projeto através da nomeação de um ponto focal de ligação , acompanhamento e divulgação da “ Unilúrio de Verão ” junto das estruturas locais de Educação .
Objectivo específico : Aumentar a igualdade de género no acesso aos cursos da Unilúrio através da criação , desenvolvimento e realização de um programa preparatório e tutorial nas áreas STEM ( Ciência , Tecnologia , Engenharia e Matemática ).
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