8:: HISTÓRIA:: MÓDULO 1
História:: Para quê? Por quê?
Você é capaz de pensar, falar e escrever sobre uma porção de coisas que aprendeu pela vida afora. Nem tudo o que você sabe foi aprendido na escola. A cada dia, na escola ou fora dela, você vai adquirindo novos conhecimentos e seu mundo vai se tornando cada vez maior. A história de cada um de nós vai se construindo a partir da nossa vida em casa, na rua, na escola, no trabalho. E assim, a História é, dia após dia, construída por todos nós.
A História é também um importante instrumento para a construção de nossas próprias identidades – a individual( somos indivíduos únicos, com nossa própria história pessoal e familiar) e as coletivas( somos parte de um grupo, de uma sociedade, de uma nação). Além disso, ao estudar e analisar as experiências do passado, a História nos ajuda a entender com mais profundidade o mundo que está à nossa volta e pensar em maneiras de agir nele de maneira consciente.
As fontes históricas e a construção do conhecimento histórico
Para construir o conhecimento histórico, como o que você encontra, por exemplo, nesse material, os pesquisadores se valem das chamadas fontes históricas ou documentos históricos. E, quando falamos de fontes ou documentos históricos, estamos falando de muitas coisas diferentes, como você pode ver a seguir:
� ���������� ��������� ���� ���������� ������� ���������� �������� ��������� ������� ou seja, textos escritos em diferentes materiais( papel, pedra, argila etc.);
� ���������� �������� ���� ��������� ����������� ��������� ����������� ��� ��� outra forma de registro feita pelo homem;
� ���������� ������ ���� � ������ �� ������������ ������� ����������� �� memória dos que as viveram. Nas sociedades sem escrita, essa história é recriada através de relatos orais, onde os mais velhos transmitem as tradições e os costumes de seus antepassados aos mais jovens. Esses relatos são fontes fundamentais para o estudo dessas sociedades, como também para o estudo das sociedades em geral;
� ���������� �������� ���� ������� � ������� ������ � ��������� ������ ��� fontes de estudo das sociedades;
� ���������� ��������� ���� ������� ���������� ����������� ������������ móveis, objetos e construções constituem a chamada cultura material e podem fornecer valiosas informações sobre a vida das sociedades em determinada época.
Mas, esses documentos históricos não falam por si mesmos e não constituem, em si, o que chamamos de História. Os historiadores, quando pesquisam determinado assunto, buscam dar um significado às fontes. O trabalho do historiador começa sempre com uma pergunta: um“ por que”, um“ como”. A partir deste questionamento, ele seleciona os documentos históricos que possam responder às perguntas formuladas, analisando-os e interpretando-os cuidadosamente. É após todo esse trabalho que se constrói o conhecimento histórico. Sem esquecer que, em suas pesquisas, o historiador recorre também a outras áreas do conhecimento, como a Antropologia, a Geografia, a Economia, a Psicologia e a Arqueologia.
Temos ainda um último aspecto na construção do conhecimento histórico: a influência do próprio indivíduo e do tempo. O historiador é também um indivíduo com sua história, seus valores e crenças e, desta forma, suas conclusões sobre fatos e processos históricos refletem sua interpretação e seu entendimento sobre a realidade. Por isso, a História é também fruto da mentalidade e dos pontos de vista dos historiadores, que se relacionam com a época em que eles vivem. Em outras palavras, o trabalho dos historiadores deve ser considerado no contexto dos valores e ideias em que foi desenvolvido.
Com isso, estamos dizendo que através dos tempos escreveu-se a História que se estava em condições objetivas de escrever, de acordo com as ideias e valores mais importantes de cada tempo. Assim sendo, é possível compreender que as visões de História variam no tempo e no espaço: são dinâmicas, como as sociedades. Por isso, diz-se que em História não existem“ verdades absolutas”. Tratando-se de interpretações, é possível, utilizando-se os mesmos documentos, chegar a conclusões diferentes sobre determinado fato histórico.
As ferramentas básicas da História
� ����� Os homens parecem mais com o seu tempo que com os seus pais
( Provérbio árabe)
Todos nós sabemos que a maneira como as pessoas pensam, agem e se relacionam tem a ver com o tempo em que elas vivem. Muitas vezes percebemos isso ao confrontarmos nossas ideias com as de pessoas mais velhas ou mais novas que nós. Isso quer dizer que, com o passar do tempo, as pessoas mudam seu modo de pensar, de agir, de se relacionar umas com as outras.
Cada acontecimento ou conjunto de acontecimentos traz consequências para a maneira de ser das pessoas e da sociedade. Em outras palavras: o contexto de um determinado tempo influencia a visão de mundo e o comportamento de um indivíduo ou de um grupo.
Por isso, para entendermos a atitude de alguma pessoa ou de um conjunto de pessoas necessitamos saber, entre outras coisas, em que período da História elas viveram. Ou seja: precisamos conhecer o seu contexto histórico. Assim, uma pergunta torna-se essencial no estudo da História: quando isso aconteceu?
E em seguida: como viviam as pessoas nesse momento? Ao responder a essas perguntas em relação a diferentes épocas, poderemos perceber as mudanças no modo de vida dos grupos humanos. Uma sociedade, assim como uma pessoa, não é estática, imutável. Ao contrário, ela se transforma com o passar do tempo.
Muitas vezes, as mudanças ocorrem vagarosamente. Em outros momentos, parece que se aceleram, ficam mais rápidas e, então, ocorrem mudanças bruscas. São as rupturas, ocasiões em que as transformações são tantas que criam um novo tipo de sociedade, um outro tipo de vida. As rupturas em geral são resultado da soma de mudanças lentas e rápidas que, articuladas, criam o novo.
Não é difícil entender o que acontece com as sociedades humanas se pensarmos nas nossas vidas. Certamente todos nós tivemos momentos de ruptura em nossa história. E, da mesma forma, tivemos continuidades – características nossas que permanecem ao longo do tempo. E, em meio a rupturas e continuidades, segue a nossa história – e a História da humanidade.