que nos rodeia. Porém, o conceito é relativamente recente e gera por vezes grande polémica por não estar completamente definido. O que é design? Design parte da criação, e a nós futuros designers, então criadores, cabe-nos assumir a preocupação com a possível interacção entre as nossas criações e o olho, posteriormente o corpo físico daqueles para quem foram concebidas. Falam de função? A principal função do designer não será então a de proporcionar tal perfeição, a união entre a sua criação e os seus utilizadores? Penso que sim. Poderíamos dizer que o designer se propõe a procurar uma harmonia entre elementos.
O designer tem como maior desafio o impossível, ou ainda melhor, possibilitar o impossível.
Design não vive somente da criação de algo esteticamente agradável – dentro das definições estereotípicas – como muitos pensam, mas antes de uma preocupação em projectar algo funcional, pois sendo assim não existiria distinção. Que seria de todos nós sem tais dualidades? Poderíamos também afirmar que melhor design é um design invisível, aquele que não assume protagonismos e dilui-se no quotidiano dos beneficiários.
O design está associado a estudo e planificação, mas acima de tudo a concepção. Processos de reprodução caracterizam esta disciplina cuja definição se consolida em inícios do século passado, após existência desde os primórdios dos tempos. Transformada pelas evoluções tecnológicas, como tudo, por vezes questionada ou diminuída a sua legitimidade, a abrangência do design, como prática, intimida muitos. Este facto levou ao surgimento de várias sub-categorias que se destinam a criar níveis de especialização distintos, rótulos que apoiam a percepção generalizada do significado da palavra. Por Design Social ou Design Estratégico compreendemos, por exemplo o estudo e a im- plementação de soluções práticas no âmbito do desenvolvimento das sociedades. Neste sentido, muito peso tem sido dado à relevância do design na definição de estratégias de criação e implementação de projectos, de grande e pequena escala. Design torna-se, portanto, uma disciplina transversal no sentido em que o conhecimento adquirido pelo seu exercício dota-nos da capacidade de inventar. Somos hoje, de certa forma, os inventores de outrora.
O impacto do design( e da comunicação visual) é intangível a curto-prazo, no entanto a influência destas práticas na sociedade é essencial, tal como a arquitectura é considerada essencial para o nosso bem-estar e dos habitantes de qualquer ambiente urbano. É nosso papel estimular uma mudança, criar um movimento inspirado pela identidade e pela inovação.
De tempos a tempos ocorre-me a relevância da associação desta prática à( recorrente e incontornável) pirâmide das necessidades criada( ou“ design-ada”?) por Abraham Maslow, esta representação gráfica de uma segmentação das necessidades humanas está estritamente associada ao design como disciplina, que na sua essência se destina ao encontro de soluções para as nossas necessidades como pessoas, como humanos. Podemos deduzir que no contexto em que vivemos, as preocupações são maioritariamente de ordem primária, em contraste com sociedades nas quais as comodidades e a auto-satisfação são palavras de ordem. Existe algo de mágico no conceito de sobrevivência, condição humana indubitável que inconscientemente lutamos por esconder ou camu-
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Dezaine