Minha primeira Revista A Cara da Cultura ANO I Edição 01 outubro/2017 | Page 20

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Rainha Ginga (Nzinga)

1. Nzinga com fisionomia Bantu; 2. Estátua de Nzinga em Luanda; 3. Nzinga com uma aprência mais ocidentalizada. Obs. desconhece-se a verdadeira imagem de Nzinga. Para fortalecer o tratado de paz com Portugal se converte ao Catolicismo, adota o nome de dona Ana de Sousa.

Nzinga Mbandi Ngola Kiluanji

O grito de liberdade ecoava pelas cercanias de povoamentos na África. Ecoava também nos porões de navios que traficavam negros nascidos livres que no além-mar se transformavam em mercadorias e eram vendidos como escravos. No Rio de Janeiro o lugar da “exposição” comercial dos negros era denominada como Pedra do Sal, local aonde chegavam os carregamentos de Sal. Muitos foram os que bradaram contra estas injustiças aqui no Brasil e no Mundo. Todos nós reconhecemos o desajuste e improbidade de tão penosa ação contra um povo que era expurgado a força de suas terras, retiravam suas aspirações, sua cultura, costumes e sua religiosidade. Nzinga – Rainha Ginga (1582-1663) foi uma forte opositora das campanhas portuguesas de caça de escravos, defendendo a liberdade de seu povo.

“Sabendo que muitos dos Bantus eram embarcados para Pernambuco durante o início do século XVII, parece ser

razoável supor que muitos deles pudessem ter sido aliados ou partidários de Nzinga, ou que, esporadicamente tivessem ouvido falar de sua fama. Se tal fosse o caso, isso nos forneceria uma importante explicação para a persistência da imagem de Nzinga no Nordeste do Brasil e, possivelmente, para parte da resistência afro brasileira em certas regiões.” (Nova Fronteira, 2002. GLASGOW, Roy. Nzinga. São Paulo, p. 141)

Sendo assim pode-se supor que estes guerreiros Jagas que eram escravizados, tão logo chegavam a Pernambuco, fugiam e se organizavam em Quilombos.

No ano de 1621 foi enviada pelo seu irmão Ngola Magandi para uma conferência de paz com o governador português de Luanda. Para fortalecer o tratado converte-se ao cristianismo e adota o nome de Dona Ana de Souza.

Em 1623 torna-se rainha do Ndongo e está decidida a combater os os invasores em Luanda devido ao rompimento do tratado pelos portugueses.

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