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ENTREVISTA políticas necessárias para implementar essa agenda, não adianta nada, pois o que você vai colher no máximo é um PIBinho. O Brasil vai crescer no máximo 1% esse ano e isso não resolve os problemas sociais do Brasil, que tem cerca de 13 milhões de pessoas desempregadas e a gente só vai melhorar esta questão do emprego se o Brasil crescer no mínimo 2% ao ano. Então, eu acho que o governo precisa criar as condições políticas para começar a implementar a agenda do Paulo Guedes e o principal projeto no curto prazo é a Reforma da Previdência. O Brasil precisa aprovar uma boa Reforma da Previdência que é a premissa para que os outros projetos da agenda econômica do Paulo Guedes possam avançar e para que a gente crie um ambiente econômico favorável para a retomada do crescimento econômico e dos investimentos. Caso contrário, sem uma boa Reforma na Previdência, as contas públicas continuarão no vermelho nos próximos anos. Com as contas públicas insustentáveis, o investidor nacional e estrangeiro não voltará a investir no Brasil e sem investimento o Brasil não terá nenhuma chance de obter um crescimento econômico sustentável. SM: Quais as perspectivas econômicas para este ano? LN: Como dito anteriormente, o Brasil vai crescer no máximo 1%, porém se nós aproveitarmos este ano “perdido” para pelo menos aprovar algumas reformas importantes, como a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária, que vai simplificar o nosso caótico sistema tributário, pelo menos vai ser um ano que vai gerar uma base para atingirmos um crescimento econômico de 2 a 3% a partir de 2020, 2021 e 2022. Mas se a gente não aproveitar este ano para aprovar essas reformas e para começar a implementar a agenda econômica do Paulo Guedes, vai ser um ano perdido e a gente não vai colher nenhum fruto para o ano que vem. Eu continuo otimista em relação ao futuro da economia, mas acho que a gente não pode perder a oportunidade de aproveitar para que 2019 seja o ano da aprovação das reformas econômicas. SM: De que depende o crescimento do Brasil? LN: O crescimento do Brasil depende de consumo e investimento e esses dois itens só vão ocorrer se houver confiança dos consumidores, empresários e investidores no futuro econômico do Brasil. E essa confiança depende em primeiro lugar da gente enxergar que as contas públicas terão uma trajetória de equilíbrio no médio e no longo prazo, e essa trajetória de equilíbrio só existirá se nós fizermos uma reforma da previdência minimamente decente, que preveja uma economia de pelo menos 700 a 800 bilhões de reais nos próximos dez anos. Lembrando que a proposta original do ministro Paulo Guedes prevê uma economia de 1,2 trilhões de reais. Ou seja, o Congresso Nacional tem espaço para desidratar um pouquinho essa reforma mas não de forma exagerada. Aprovada a reforma da previdência, a gente precisa aprovar uma reforma tributária, uma simplificação que melhore o ambiente de negócios e toda a agenda econômica do Paulo Guedes, que prevê uma redução da burocracia, a retomada do crédito e um melhor ambiente de negócios, ou seja, todas as condições para que o Brasil volte a crescer, a gerar emprego e, consequentemente, a gerar renda. Gerando renda, a gente tem consumo, se tem consumo o empresário investe para poder aumentar a produção e a gente gira a roda do crescimento econômico. Além disso, o Brasil precisa destravar seus gargalos de infraestrutura, rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e energia elétrica, mas esses gargalos só serão destravados se o governo chamar o setor privado para investir no Brasil, dado que o setor público está quebrado e não tem dinheiro. Quem vai tocar todas essas obras são os investidores privados, estrangeiros e nacionais, e para que esses investidores tenham a confiança de investir no Brasil, a gente precisa fazer a lição de casa, que começa com uma boa Reforma da Previdência. SM: Qual a importância da aprovação da reforma da previdência? LN: Sozinha, a Reforma da Previdência não vai resolver todos os problemas do Brasil, mas ela é o alicerce, o ponta pé inicial, a base da retomada do crescimento econômico. Se nós aprovarmos uma boa Reforma da Previdência fica aberto o espaço para que o restante da agenda econômica seja implementada, aprovada e o Brasil crie as condições para voltar a crescer. Agora, se nós não aprovarmos uma boa Reforma da Previdência, não há nenhuma chance de o Brasil colher um crescimento econômico de 2 a 3% em média ao longo dos próximos três anos. A Reforma da Previdência, sozinha, resolve tudo? Não, mas sem ela com certeza o Brasil não vai conseguir voltar a ter um crescimento sustentável. No máximo, nós vamos ter um voo de galinha, estimulando o consumo vai crescer durante um ano e no ano seguinte a gente volta para recessão, por isso que a Reforma da Previdência é fundamental para que o Brasil volte a crescer. 9 | SUPERMIX | EDIÇÃO 171