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Mercosul / Setembro, 2014 9

ATUALIDADES

Analistas afirmam que PIB brasileiro pode afetar o Mercosul.

"Tudo depende de qual pedaço da América Latina se fale. Os países do Mercosul que são os mais integrados com o Brasil devem sofrer um pouco mais que os demais", comentou à Agência Efe o economista Emerson Marçal, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo o IBGE, o PIB encolheu 0,6% no segundo trimestre do ano, após a redução de 0,2% registrada entre janeiro e março. De acordo com os economistas, duas reduções trimestrais consecutivas já colocam o país em "recessão técnica".

A última vez que o Brasil registrou dois trimestres consecutivos de contração econômica foi no início de 2009, quando sofria os efeitos da crise econômica internacional.

No entanto, Marçal, doutor e especialista em macroeconomia, descartou que o país possa entrar em "crise", mas advertiu que Argentina, Paraguai e Uruguai, junto com Venezuela e os outros sócios do Mercosul, podem sentir os efeitos das medidas internas que o Brasil tomar para enfrentar a situação.

"Os outros países são mais integrados com a Ásia, como Chile e Colômbia, e são os que estão na Aliança do Pacífico (junto a México e Peru). Não serão tão afetados por estes números", acrescentou.

Para Marçal, "o mercado brasileiro é bem fechado e, se houver um efeito, talvez não seja tão forte frente à América Latina como um todo, mas com os países do Mercosul".

No entanto, o analista considerou que esse efeito será "de um crescimento um pouco mais baixo, no mesmo estilo de quando se fala que a economia brasileira é influenciada pela americana ou chinesa, que são parceiros comerciais importantes, mas não acontecerá nada mais forte que isso".

(Cleyton Vilarino, EXAME) 08/2014

Argentina troca Mercosul por asiáticos.

O Mercosul, bloco criado há 23 anos, não é mais o principal sócio comercial da Argentina. Isso é o que indicam os dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), que apontam os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) - integrado pela Indonésia, Malásia, Cingapura, entre outros - junto com a China, Coreia do Sul, Japão e Índia como destinatários de 25% das exportações da Argentina.

No mês passado o Mercosul foi responsável pelas compras de 23,5% dos produtos argentinos enviados ao exterior. É a primeira vez desde a fundação do bloco em 1991 que o Mercosul fica em segundo posto no destino das exportações argentinas. A União Europeia, que obteve o terceiro lugar, absorveu 12% das vendas argentinas.

O bloco do cone sul também deixou de ter a pole position nos destinos das importações feitas pela Argentina, já que do total de produtos comprados pela Argentina, 23% vieram dos países da Asean, China, Coreia do Sul, Japão e Índia. Outros 21,5% dos importados vieram do Mercosul e 19% dos países do Nafta. Segundo o Indec, em julho as exportações argentinas para a China aumentaram 77% em comparação com o mesmo mês de 2013, enquanto as vendas da Argentina para o Brasil sofreram queda de 18%.

Os dados do Indec também indicam que as importações argentinas de produtos brasileiros caíram 31% em julho, enquanto a entrada de produtos chineses teve redução de 12%.

(Agência Estado, EM) 08/2014

Publicação: 27/08/2014