tentando catalogar os sonhos mais esquisitos que estão acontecendo durante a pandemia. Através de um formulário online, ela pergunta a idade, gênero, nacionalidade e quantos dos sonhos estão relacionados com a pandemia de coronavírus. Além disso, o participante também deve relatar se possui alguma relação com o vírus, se é funcionário de saúde, se foi infectado ou se teve sintomas, por exemplo. A especialista está fazendo a coleta dos dados desde o final de março e, em apenas três semanas, já conseguiu mais de 1.800 respostas.
Mas por que estamos tendo sonhos tão estranhos? A pesquisa de Barrett parece indicar que pessoas do mundo todo estão passando por uma experiência coletiva. Uma possível explicação para isso é que pesadelos e sonhos perturbadores, geralmente, ocorrem após episódios de trauma e são comuns a quem sofre de estresse pós-traumático.
O estudo intitulado A Systematic Change in Dreams after 9/11/01 e publicado pelo National Center for Biotechnology Information dos Estados Unidos, mostrou que, após eventos intensos, como o ataque de 11 de setembro, por exemplo, os sonhos das pessoas se tornaram mais marcantes e impactantes nos dias seguintes ao evento. Dessa forma, a Teoria Contemporânea do Sonho sugere que as imagens centrais dos sonhos estão relacionadas à intensidade da emoção subjacente. Ou seja, os sonhos realmente podem ser reflexos de nossas emoções.
A criadora do site I dream of COVID, Erin Gravley, apresenta uma reflexão baseada na obra da escritora alemã Charlotte Beradt sobre o efeito que o autoritarismo e o terror na Alemanha nazista tiveram sobre as pessoas do país. Nela, Beradt relatou como o sonho daqueles que viviam sob opressão mudou drasticamente naquele período.
Mesmo que o momento atual não seja comparável à Segunda Guerra Mundial ou a um ataque terrorista, Gravley afirma que ameaças coletivas, como uma pandemia, podem provocar sonhos aterrorizantes. Outra explicação, dada pela psicóloga Barrett, é que as pessoas estão dormindo mais e, por isso, acabam sonhando mais. Assim, a lembrança dos sonhos está correlacionada com quantas horas de sono você adquire.
Mesmo que o momento atual não seja comparável à Segunda Guerra Mundial ou a um ataque terrorista, Gravley afirma que ameaças coletivas, como uma pandemia, podem provocar sonhos aterrorizantes. Outra explicação, dada pela psicóloga Barrett, é que as pessoas estão dormindo mais e, por isso, acabam sonhando mais. Assim, a lembrança dos sonhos está correlacionada com quantas horas de sono você adquire.
Porém, enquanto muitas pessoas estão tendo sonhos perturbadores e sentindo os efeitos da doença, ainda não é uma situação caracterizada como um trauma para a maioria. Os sonhos de profissionais de saúde que estão enfrentando a pandemia nos hospitais, por exemplo, são diferentes do grande público. Barrett indica que esses profissionais estão tendo sonhos vívidos e encarando dilemas intensos em seus trabalhos durante o sonho como, por exemplo, ter que decidir qual paciente receberá um respirador ou ver corpos alinhados nos corredores.
Outro estudo também defende a tese de que nossas emoções ditam os caminhos de nossos sonhos. Segundo a pesquisa publicada no periódico Scientific Reports, pessoas ansiosas tendem a ter pesadelos. Já pessoas calmas tendem a ter sonhos pacíficos que não evocam sentimentos negativos. Pilleriin Sikka, autor do estudo, afirma que a maioria das descobertas anteriores revelam que pesadelos em excesso são reflexo de distúrbios psicológicos. Entretanto, há diversas pessoas que não foram diagnosticadas com distúrbios psicológicos, e mesmo assim, sofrem com sonhos negativos.
Quarenta e quatro participantes foram selecionados para a pesquisa e relataram seus sonhos durante um período de 21 dias. Eles também responderam perguntas sobre seus níveis de bem estar no dia a dia, além de preencherem formulários sobre sintomas de doenças psicológicas.
12 . Mente & Corpo