Para o especialista em informática, Qiang Bai, presidente da companhia Sport 8, organizadora da conferência, o “Messi chinês” é possível, mas dependerá também de um valor que não pode ser medido: a sorte.
“Talvez em 20 ou 30 anos… Jorge Mendes, empresário de Cristiano Ronaldo, me incentivava recentemente, dizendo que em um país tão grande tem que existir talentos que ainda não conhecemos”, disse Qiang em entrevista coletiva.
A busca de soluções matemática e estatísticas para a falta de qualidade do futebol chinês, um dos que mais tem investido neste esporte, pode se adaptar bem em um país onde o governo fixou como uma de suas metas para o ano de 2050 ser uma grande potência do futebol, o esporte favorito do presidente da China, Xi Jinping.
Durante duas décadas, pensava-se que a solução era colocar enorme quantia de dinheiro nos clubes, o que se traduziu na chegada de estrelas europeias em decadência e uma liga repleta de partidas manipuladas e casos de corrupção, mas agora estão buscando outros métodos, como o desenvolvimento do futebol de base ou a análise de dados.
Uma decisão do governo estabeleceu que, antes do final desta década, o país deve ter 20 mil escolas de futebol, e que 30 milhões de estudantes dos ensinos fundamental e médio devem praticar o esporte.
Será com essas boas bases, se forem alcançadas, que os analistas sacarão suas calculadoras para medir milhões de dados, na busca pela primeira grande estrela chinesa do futebol mundial.
Para os que temem que a entrada da informática e os dados no futebol tornarão o jogo mais previsível e chato, os próprios analistas asseguram que o fator humano sempre deixará espaço para surpresas.
“Os dados podem ajudar, mas não bastam para ganhar uma partida. Ninguém poderia prever o gol de Mario Gotze contra a Argentina”, destacou Qiang, lembrando o gol que deu à Alemanha o título da última Copa do Mundo.