Manifesto e Programa SOBERANO Manifesto e Programa SOBERANO | Page 8

aventureiro e descomprometido que andam criando por força da política partidária e na esteira da ausência cidadã.

Percebam que, por todo lado, se fala em estado máximo e em estado mínimo. Na verdade, estão todos falando do estado. Mesmo os que falam num estado mínimo estão a falar do estado, não é curioso? Porque todos sabem que a solução, de alguma forma, está no estado, apenas divergindo sobre como esta solução se dá. Estão certos em falar de estado, porque, neste momento, é um estado que nos falta: máximo ou mínimo, interventor ou livre-mercado, militar ou democrático, socialista ou de direita, enfim. Mas não é curioso que, independe das opiniões, estejam todos falando do estado? Pessoas que se odeiam e se atacam, que nos parecem tão irreconciliáveis, não é curioso que essas pessoas apartadas concordem todas em discutir sobre um mesmo e único assunto chamado estado? A percepção coletiva com sua própria psicologia está num divã a falar do único assunto que importa, mas sem perceber o próprio discurso. Parecemos tão desunidos, mas nunca estivemos tão coesos na discussão de um único assunto chamado Brasil e, se o fazemos, é porque, lá no fundo, todos sentimos falta dessa entidade nacional, soberana, a nos proteger e a nos guardar como uma mãe. De modo que tudo que está surgindo de novo em política é, na verdade, a repetição, mais profunda ou mais superficial, da única pergunta que realmente importa para um povo: como se fazer soberano? Qualquer solução para sairmos desse torpor necessariamente passa pela figura do Estado e sua negação sempre foi e sempre será mais uma tentativa torpe e vil de impor o arbítrio de uma minoria, visando a sobrepujar os direitos e interesses do povo.

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