- & no pó que teimará em permanecer
[Sobre o assoalho]
Alheio à vassoura, ao pano, ao veja multiuso,
Às tentativas budistas & aos anos&anos&anos de psicanálise?
Quando este espelho se partir
Descansarão onde os fragmentos de minha identidade
- Nos lixões humanos a putrefazerem-se
[Entre amigos]
Ou serão eles vítimas da ironia de um vaso lacrado
Restos-cinzas de presença dos quais fênix alguma emergirá?
Não há velório, nem homenagens
[Nem mesmo tu choras as ausências de meus pedaços morridos]
Estendem tapetes vermelhos para minhas permanências várias
& a elas são dedicados poemas, canções, romances, quadros
Mas o que se aniquilou de mim é silêncio
Por meses esperaste
Meses vãos, Camila - preciso dizer-te
[Embora seja dispensável fazê-lo, reconheço]
Espera é estrada, Camila:
O início é fixo, imutável
Mas descansa na memória, não há retorno.
Fim é expectativa, representação, miragem
Não existe - a não ser quando pensado
Um momento de distração e ZÁS!
Descortina-se a condição imaginária
[Percurso -
do fim ao findável é suspensão
...
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