Madame Eva Nº3 | Página 16

- & no pó que teimará em permanecer [Sobre o assoalho] Alheio à vassoura, ao pano, ao veja multiuso, Às tentativas budistas & aos anos&anos&anos de psicanálise? Quando este espelho se partir Descansarão onde os fragmentos de minha identidade - Nos lixões humanos a putrefazerem-se [Entre amigos] Ou serão eles vítimas da ironia de um vaso lacrado Restos-cinzas de presença dos quais fênix alguma emergirá? Não há velório, nem homenagens [Nem mesmo tu choras as ausências de meus pedaços morridos] Estendem tapetes vermelhos para minhas permanências várias & a elas são dedicados poemas, canções, romances, quadros Mas o que se aniquilou de mim é silêncio Por meses esperaste Meses vãos, Camila - preciso dizer-te [Embora seja dispensável fazê-lo, reconheço] Espera é estrada, Camila: O início é fixo, imutável Mas descansa na memória, não há retorno. Fim é expectativa, representação, miragem Não existe - a não ser quando pensado Um momento de distração e ZÁS! Descortina-se a condição imaginária [Percurso - do fim ao findável é suspensão ... ] 14