SOBRE MADAME
SOBRE MADAME
Pairará, sobre quem se aventurar a ler outra vez as páginas de Eva, a indagação: outra vez? Pairará, também, sobre quem se aventurar a ler este texto: outra vez?
Sim. Tornamos a definir-nos como revista, pois é da natureza constante do ser humano redesenhar-se e renomear-se, a fim de reafirmar-se.
Eva é redundância inovadora. Nunca cessando de criar e sempre ciente de que apenas recria. Por isso, repetimos e repetimos o nosso propósito.( Assim, mesmo, como está: duas vezes. Para não deixar de ser menos redundante.) Repetimos( TRÊS VEZES!): nossa revista tem um propósito simples, ser escrita para poder ser lida.
E lida ela tem sido, a julgar pelo destino que tiveram uns quantos exemplares do primeiro número: furtados; sumidos; roubados; emprestados, mas não devolvidos! Eva tem encontrado seu caminho – mesmo que por vezes criminoso – até as mãos insuspeitas de seus leitores, seduzidos, como ela, outrora fora, por uma promessa de algo além de uma mera permanência paradisíaca.
Assim, como um teimoso matemático, que tenta explicar ao mundo a infinidade multiplicadora contida em uma equação divisória, que diminui o resultado, mas escancara os incontáveis intervalos entre cada número, e transcende a unidade cardinal, para uma pluralidade conjuntural; também Eva espera convencer seus céticos de que entre suas páginas está o infinito. Pois, conforme a ideia abstrata de que tudo – não somente números – se divide, acreditamos que os texto destas páginas dividirão, para multiplicar. Isto é, multiplicar, nos leitores, vontades, questionamentos e ideais, na constante espiral do criar e recriar.
Eva segue Eva, Madame, Madame, e nós, continuamos nesta empreitada, apresentando-nos a quem ainda não nos conhece. E a quem julga nos conhecer, dizemos apenas:
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