Madame Eva Nº2 | Page 28

clore local. A teima de seu protagonista em sustentar a história como verdadeira também contribuiu para aumentar a noção caricata do relato.
- Anjo nada, foi um mosquito, bradavam uns.
Ora, um mosquito! Péricles não tinha dúvidas de que havia pescado um ser angelical, daqueles sobre os quais aprendera nas aulas da catequese: um serafim; um querubim; um ofanim! Se ao menos o anzol tivesse guardado provas daquele episódio... Qualquer resquício de um pano celestial seria suficiente para convencer os outros.
Não. Péricles não tinha provas, tinha apenas sua palavra: mais uma história de pescador. No final das contas, não havia o que fazer, insistir no caso não sensibilizaria ninguém. Mas o ocorrido não foi de todo em vão. Se os outros não queriam aprender, Péricles ao menos tiraria daquilo tudo uma lição: pois percebeu que seu pai havia se enganado, que não há, em verdade, diferenças de essência entre os homens e os bichos. O homem apenas aprende com um número menor de repetições, concluiu, pois um evento isolado não ensina nada a ninguém, muito menos à humanidade.

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