DAMÁSIO
Por Dario Silva
I
Que Varão te degusta a carne, Helena?
E te paladeia o ventre, um glutão?
Que Rebento toda te garfa, pequena?
Té das sobras sacia, outro não?
Se Damásio te ofertasse de si
E de todo ruminasse de ti
Palitaria el’ o riso fugido
Do moço versado em fingido
Oh, Helena te assombrarias!
Se acaso soubesses do fato
De Damásio querer das Marias
E se valer além, doutro ato
Que sabida não pranteasse
A sorte trazida do Afeto
Damásio é também o inverso
Oh, Helena me cria morresse
Q’ não querias Damásio de perto
Sabedora ser el’ um perverso
II
Oh, amigo que a ti parece?
Damásio não mais só a mim estima?
O Rijo quedava comigo, tu crês?
Agora tão logo se vai, o cadimo
Damásio de outrem se apetece?
Cogito não tê-lo por sóbrio
Caso ébrio dele saibas – Oh opróbrio!
Oh, amigo não te emudeças!
16