MAC N.º 1 - O Guerreiro | Page 11

- MAC - O Guerreiro - 1ª Edição Literatura Partilham sonhos, Encaixados no real. Abrem portas, Comentam as traves. O impossível não tem espaço, Porque não existe, Mas a consciência do real permanece, Como objecto a ser mudado. E é então que, Soberbamente, Tudo encaixa de novo. Da união Metafísica De mentes Surgem lupas Que mostram pormenores Diferentes E essenciais ao enigma do Momento. Ao fim de algumas horas, o sono começa a conquistar os corações ermitas. Nessa noite, todos eles se dirigem repletos para o mundo dos sonhos. - Honu! Honu! – Grita o Coala, fazendo-a acordar sobressaltada. Senta-se sem sequer se aperceber e o que vê deix a-a congelada por completo. Devia ter acordado noutro mundo surreal. Isto não podia estar a acontecer, não na realidade inalterável. Ergue-se de um salto e dirige -se ao interruptor mais próximo, que para seu desespero funciona. Com os olhos repletos de lágrimas, dirige -se a Ahddub, que se encontrava deitado no meio dos seus amigos. Toca-lhe na bochecha tão branca e gelada quanto a neve, beija -lhe a testa e, sem que ninguém a conseguisse impedir, corre para fora da casa. Usando a dor insuportável como combustível, corre pelo bosque já iluminado (apesar de lhe parecer mais negro e tenebroso que nunca) e só pára quando chega ao altíssimo cabo. O seu corpo finalmente está na mesma condição que a sua mente, à beira de um precipício. Deixa-se inebriar pela adrenalina das vertigens – esse medo de cair, misturado com a curiosidade de o fazer – de forma a manter a mente silenciosa. Quando o efeito começa a desaparecer, senta-se acompanhada pelo vazio, pela 11