Titanic: O Navio dos Sonhos
mas eu a chamo só de Nana”, disse Harper, passando a
mão pelo cabelo despenteado da menina. “Como Nana
já mencionou, minha esposa, Annie, faleceu quando ela
nasceu. Dei a Nana o nome da minha esposa Annie, mas
por alguma razão com o passar do tempo ela virou Nana.
Então, veja a senhora, tenho tentado fazer o papel de pai e
mãe, mas não tenho certeza de estar cumprindo bem um
papel nem outro.”
“Ah, não, papai”, Nana respondeu com entusiasmo,
“você é o melhor pai do mundo e eu nunca vou querer
deixar você; nunca”.
A senhora Smithers riu, “Tenho certeza de que ele é
mesmo o melhor pai do mundo e, se não estou errada,
acho que também tem um leve toque escocês no sotaque?”
“Sim, a senhora está certa”, o senhor Harper respondeu.
“Então, de onde o senhor vem?” a senhora Smithers
perguntou.
“Da Escócia, de um pequeno vilarejo do qual, tenho
certeza, a senhora nunca ouviu falar, chamado Bridge of
Weir.”
“O senhor está certo. Nunca ouvi falar. O senhor ainda
vive lá?”
“Não, já saí de Bridge of Weir há muito tempo. Eu era
pregador em Glasgow há muitos anos e dezoito meses
atrás Deus me direcionou a mudar para Londres. Agora
vivemos em Denmark Hill, no Surrey.”
“O senhor disse que Deus o direcionou para Londres?”
a senhora Smithers questionou em tom de deboche.
“Sim, eu disse”, o senhor Harper respondeu sério.
“Como Deus direciona o senhor, Ele fala com o senhor
diretamente do céu?” continuou de um modo zombeteiro.
Ignorando o seu tom de voz, o senhor Harper passou
a explicar calmamente. “A Bíblia nos diz, ‘Reconhece-o em
todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas’. Por
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