John Harper
desaparecer, lentamente, de vista.
Gradualmente, o trem começou a ganhar velocidade
e logo, para Nana, parecia que estavam quase voando
através dos barrancos e sobre as pontes. Passaram pela
periferia de Londres, onde a estrada de ferro estava
cercada pelos jardins das casas vitorianas. Os jardins
começavam a voltar à vida sob o sol da primavera. Nana,
maravilhada, via as árvores que começavam a brotar,
passarem voando ao lado da janela do vagão, no meio das
moitas de narcisos e prímulas. As flores, com seus tons de
amarelo vivo, embelezavam a grama verde dos barrancos
ao lado da estrada de ferro.
“Tem trem na América também?” Nana perguntou ao
seu pai, inocentemente.
“Imagina, minha querida”, a senhora respondeu,
rindo alto, feliz pela oportunidade de mudar o assunto da
conversa. “Lá existem trens dez vezes maiores e dez vezes
mais rápidos do que os da Inglaterra!”
“Mesmo, de verdade?” Nana replicou voltando o olhar
da janela para o rosto sorridente da senhora.
“Eles quase sempre são maiores e talvez um pouco
mais rápidos, mas dez vezes mais é um exagero”, o pai de
Nana interrompeu. “A senhora não concordaria comigo?”
disse com um sorriso meio brincalhão.
A mulher, um pouco desconfortável, se mexeu na
poltrona, “Talvez seja, mas são bem mais confortáveis!”
“Aí sim”, o pai de Nana riu, “tenho que concordar. Eles
com certeza são muito mais confortáveis do que a maioria
dos trens em que já andei aqui na Grã-Bretanha.”
“Já que estamos conversando”, a senhora sugeriu,
“acho que é hora de nos apresentarmos devidamente.
Meu nome é Margaret Smithers.”
“Tenho muito prazer em conhecê-la, senhora Smithers.
Meu nome é John Harper e esta é minha filha, Annie Jessie,
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