Introdução
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como um homem maduro, capaz de chamar a nação ao
arrependimento e conduzi-la à vitória contra os filisteus.
Dessa forma, temos a certeza de que os "anos de silêncio",
como aqueles do Profeta Maior que veio 1.000 anos mais
tarde, foram anos de comunhão com Deus.
Vamos observar enquanto ele toma o vaso de azeite e unge
Davi. Será que ele percebeu a honra que lhe foi conferida? Será
que ele percebeu o salto quântico que os propósitos divinos
estavam realizando ao separar Davi e, consequentemente, a
semente de Davi, para o trono? Será que ele estava consciente
de que naquele ato singular de ungir o "menor" da casa de
Jessé, estava-se prefigurando o "Maior" que reinaria na casa
de Deus? Não temos ideia do alcance de sua percepção, mas
com retrospectiva na eternidade certamente ele irá alegrar-se
com o privilégio que Deus lhe proporcionou.
Samuel foi o "fazedor de reis" de uma forma muito real. O
termo foi originalmente aplicado a Ricardo Neville, 16º Conde
de Warwick, como "Warwick, o Fazedor de Reis" durante a
Guerra das Rosas. Seu uso mais antigo documentado foi em
1595. Porém, mais de dois milênios e meio atrás, Samuel teve
o privilégio de ser um grande fazedor de reis!
Podemos testemunhar também o fim de sua vida, e observar
com grande admiração e estima como ele poderia estar diante
da nação e contar como o conheciam desde a infância; no
entanto, ninguém poderia apontar um dedo acusador para
ele. Ele viveu uma vida pública irrepreensível. Que honra e
testemunho! Quem não gostaria de chegar ao final da jornada
da vida e do serviço dessa forma?
Quando?
É útil considerar o contexto da época antes de se aventurar
pela história em si. Foram os dias notórios dos juízes, dias
em que os homens faziam tudo o que achavam justo aos seus
próprios olhos. Se precisássemos de uma justificativa para
ver a relevância da história de Samuel nos nossos dias, essa
seria uma boa razão. Mas onde exatamente I e II Samuel se