Livros Em defesa de Deus | Page 18

18 Em Defesa de Deus que se tornou perigosa em extremo, devido a tal complacência. Ela deve, portanto, ser eliminada; o ganhador do Prêmio Nobel, Steven Weinberg, por exemplo, não hesita em dizer isso: “O mundo precisa acordar do longo pesadelo da religião... Tudo o que nós, cientistas, pudermos fazer para enfraquecer a influência religiosa deve ser feito, e essa talvez venha a ser a nossa maior contribuição à civilização”. Esse é o objetivo declarado dos novos ateus, expresso em poucas palavras, e o leitor atento não vai deixar de notar o tom totalitário da palavra “tudo” na declaração de Weinberg. 41 Dawkins expressa o objetivo desta maneira: “Se este livro funcionar como espero... os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem”, 42 embora, na sua próxima frase, ele reconheça que isso chega a ser apenas um otimismo presunçoso. Ele quer não somente reunir os fiéis (ateus) e incentivá-los a “sair” por sua fé (pois isso é o que ela é, apesar de seus protestos de que é o contrário, como logo veremos); mas também a fazer proselitismo, para “despertar a consciência” dos outros ao descrever as atrações do Novo Ateísmo, aumentando assim o impacto do ateísmo na paisagem demográfica. A PAISAGEM RELIGIOSA Para se ter uma ideia de como é essa paisagem, nos remitiremos a uma pesquisa feita no Reino Unido pelo instituto de pesquisas YouGov, solicitada pelo apresentador da BBC, John Humphrys, em 2007. De acordo com a pesquisa, 16% dos 2.200 entrevistados consideravam- se ateus; 28% acreditavam em Deus; 26% acreditavam em “algo”, mas não tinham certeza do que era; 9% consideravam-se agnósticos, entre eles o próprio Humphrys; 5% disseram que gostariam de acreditar em algo e invejavam aqueles que o faziam, mas não conseguiam; 3% não sabiam responder; 10% não tinham pensado muito no assunto; e 3% responderam “outro”. 43 É interessante situar esses valores no contexto mais amplo de uma anterior (2004) pesquisa internacional feita em dez países e, mais uma vez, solicitada pela BBC, intitulada “O que o mundo pensa de Deus”. 44 Em geral, cerca de 8% dos entrevistados se consideravam ateus; de modo que o número dos ateus do Reino Unido resultou ser duas vezes maior que a média, registrando a maior porcentagem — 16%. Nos EUA, cerca de 10% disseram que não acreditam em Deus; embora uma pesquisa Gallup de 2005 revele um número muito inferior, 5%. Uma análise abrangente de uma seleção de pesquisas recentes, feita pela Internet, parece indicar que as pessoas se sentem